O presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou nesta quinta-feira 1º a ofensiva contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, a quem acusou de criar uma “inteligência paralela” com o objetivo de “controlar o futuro do País”. Também voltou a fazer insinuações sobre a possibilidade de não reconhecer uma derrota nas eleições de outubro caso não as considere “limpas”.
O ex-capitão se refere ao Núcleo de Inteligência nascido de uma parceria entre o TSE e o Conselho Nacional de Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares. As ações do grupo serão definidas na primeira reunião entre os integrantes, ainda sem data marcada, mas o objetivo é agir “em conjunto para coletar dados e processar informações de intere interesse da segurança pública durante o período eleitoral”.
Bolsonaro distorceu o órgão e criticou o presidente do TSE durante evento na Ceagesp, em São Paulo.
“[Alexandre de Moraes] está criando uma inteligência paralela. Se reuniu na semana passada com os comandantes de polícias militares à revelia dos respectivos governadores. O que ele quer com isso? É cada vez mais exercer um controle do nosso País”, disse o presidente à CNN Brasil. “Ao arrepio do que diz a legislação. Ele não pode, por exemplo, abrir inquéritos sem que tenha a participação do Ministério Público.”
Em São Paulo, Bolsonaro também minimizou a reunião da última quarta-feira 31 entre Moraes, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e técnicos do TSE e das Forças Armadas. Os participantes discutiram sugestões de militares e testes que comprovaram – mais uma vez – a segurança das urnas eletrônicas.
“A reunião desta semana do ministro da Defesa com ele foi para tratar questões técnicas”, prosseguiu. “Deixo claro: entrego o governo para qualquer um, desde que tenhamos eleições limpas no Brasil.”
A reunião de quarta também serviu, segundo o TSE, para reafirmar que haverá a divulgação de todos os Boletins de Urna, o que possibilitará a conferência e a totalização dos votos por partidos e entidades independentes.
O TSE ainda mencionou uma das propostas das Forças Armadas, a reformulação do teste de integridade das urnas, realizado nos dias de eleição. Os militares defendem o uso da biometria de eleitores reais. De acordo com a Corte, as duas equipes técnicas ressaltaram a importância do teste de integridade e apresentarão, em conjunto, a possibilidade de um “projeto-piloto” complementar, utilizando a biometria de eleitores reais em algumas urnas.