Desde o mês de agosto, o país entrou em período eleitoral. E o pleito será determinante para o futuro da Agroecologia.
Para dialogar e mostrar que existe um caminho possível, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) está puxando a campanha Agroecologia nas Eleições.
O objetivo é elencar ideias e políticas públicas que já estão em prática e que podem servir de inspiração para candidatos, candidatas, e também para a população em geral, inclusive depois das eleições.
"A gente tem esse grande objetivo de tentar influenciar nesse debate eleitoral, colocar a agenda da agroecologia em evidência, conquistar o apoio da sociedade na defesa dessas propostas e conquistar o compromisso das candidaturas com essas propostas que a gente apresenta, né? Com essa clareza que não está falando de propostas para um nicho, para um segmento, são propostas que dizem respeito a todos nós", explica Flávia Londres, da direção executiva da ANA.
Para a ANA, a ação é parte da movimentação para projetar a agenda agroecológica.
Em 2020, foi feito um levantamento de políticas municipais de apoio à agroecologia dentro do Projeto Agroecologia nos Municípios. Desta vez, está sendo feito um esforço nesse sentido em nível estadual.
No Rio de Janeiro, por exemplo, uma lei aprovada em julho pela Assembleia Legislativa do estado (Alerj) determina que parte dos royalties do petróleo será investido em agroecologia. De autoria do deputado do Psol, Flávio Serafini, a mesma lei destina R$ 20 milhões por ano para a agricultura e a produção de alimentos sem agrotóxicos no estado.
"A gente tem muitos municípios com planos municipais de agroecologia já aprovados em tramitação, vários temas, feiras, mercados, agrotóxicos, então isso mostra o potencial que tem, o diálogo, o potencial que tem a participação social na construção e implementação de políticas. E é nisso que a gente aposta", afirma Flávia Londres.
AGROECOLOGIA EM REDE
O mapeamento vem sendo feito em parceria com a equipe do Agroecologia em Rede.
Segundo Helena Lopes, da coordenação do Agroecologia em Rede, o levantamento inclui também outras lutas que se relacionam com o modo de vida agroecológico. "Muitas vezes as experiências são vistas naquilo que lhe falta, e o que faz o mapeamento é demonstrar que a agroecologia ela está acontecendo a todo tempo. Quando a gente pensa 700 políticas públicas municipais lá em 2020 agora a gente já tem mais de 200 puxa a gente está falando de um número considerável de políticas públicas que estão direcionadas em fortalecer a agroecologia no seu diferente espectro", ressalta.
CARTA COMPROMISSO
A articulação que constrói a agenda agroecológica já havia divulgado no início de junho uma carta compromisso com recomendações para a construção de políticas, que vêm sendo entregues a candidatos e candidatas. O documento ambiciona a construção de respostas à crise ambiental e ao aumento da fome no país.
"A agroecologia não é só uma questão de produção sem agrotóxicos, é uma produção de alimentos que gera trabalho, saúde, e quem efeitos muito importante sobre esse debate das mudanças climáticas. A agroecologia não precisa de derivados do petróleo. É uma forma de produção feita perto da área de consumo. Então, a carta toca nesses varios assuntos. E mostra que tem que ser tratada no ambito estadual, e também no legislativo", define Paulo Petersen, da direção executiva da ANA.