O presidenciável Ciro Gomes agrediu mais uma vez o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas, e não se comprometeu com eventual apoio em segundo turno. "Já fui muito purista de considerar essa hipótese, mas não tem cabimento. Acordei às 4 horas da manhã, atendi duas conferências, vou falar com jornalistas. Se eu não acreditar", disse ele, em entrevista ao Valor, sobre sua chance de passar para o segundo turno.
Ao ser questionado sobre apoio a Lula no segundo turno, Ciro o chamou de "fascista". "O problema é dele, Lula. Imaginar que eu sou desavergonhado ele não tem direito, porque me conhece. Imaginar que eu blefo, ele sabe que eu não blefo. O que ele está fazendo no Ceará, no Rio de Janeiro, no Maranhão, o que está fazendo com a Simone Tebet, de tirar o direito da pessoa ser candidata, faz dele um fascista quase tão grave quanto o Bolsonaro. E pronto, é isso que eu penso", apontou.
Na realidade, ao contrário do que Ciro afirma, são os próprios políticos do PDT e do MDB que querem apoiar Lula, porque não enxergam viabilidade na sua candidatura ou na de Tebet. Quando foi questionado sobre seu papel em 2018, Ciro distribuiu mais uma agressão a Lula. "Os números existem para a gente se proteger da molecagem dos políticos. Veja quantos votos eu tirei e quantos votos o Haddad teve no segundo turno. Eu tinha força de dar ao Haddad mais votos do que tirei pra mim mesmo? Só um canalha como o Lula faz isso", apontou.
De acordo com as pesquisas, apenas 35% dos eleitores de Ciro estão convictos do voto. Outros 65% podem mudar. Ou seja: de seus 8%, apenas 2,8% estão firmes e 6,2% podem migrar com a tendência de voto útil em favor de Lula.