A convenção do MDB neste domingo (31) já começou em clima de tensão interna, com figuras conhecidas do partido fazendo manifestações públicas contrárias ao apoio ao PSDB. Apesar da disputa acirrada, a ala que defendia abrir mão da candidatura própria saiu vencedora e Gabriel Souza foi indicado pelo partido para ser vice de Eduardo Leite (PSDB). A definição segue orientação nacional, já que os tucanos decidiram apoiar a candidatura de Simone Tebet (MDB) à presidência.
Presidente do MDB no Estado, Fábio Branco negou o racha interno em entrevista coletiva ao fim da convenção. Para ele, foram apenas “pontos de vista diferentes sendo defendidos”. “Vamos ter a unidade do partido”, garantiu ainda. Branco ressaltou ainda que figuras como o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, são grandes lideranças do partido e serão respeitadas, mas também terão que respeitar a decisão tomada na convenção.
Melo, Pedro Simon, Osmar Terra e Cézar Schirmer foram algumas das figuras conhecidas do partido que se manifestaram contra o apoio a Eduardo Leite. Alguns deles, inclusive, deixaram a convenção logo depois de votarem em protesto contra a aliança. Nas redes sociais, Melo elevou o tom contra os correligionários, dizendo que a decisão “macula o passado e compromete o futuro do partido”
Branco chegou a ser questionado sobre possíveis punições àqueles que não apoiarem a chapa com o PSDB ao Piratini, mas evitou o confronto. “Daqui pra frente, temos outras etapas a serem vencidas, mas não temos motivos pra pensar em punição porque ainda não temos fatos pra isso”, observou.
Gabriel Souza também chamou atenção para a necessidade de respeitar a decisão da maioria. “Se não aceitamos o resultado, não é democracia, é a vontade individual de cada um”, disse ele. “Encerramos um debate. Agora é bola pra frente, vamos reunificar o partido. A unidade partidária é mais importante, inclusive, que as decisões tomadas hoje”, completou.
Eduardo Leite se juntou a Gabriel Souza e Fábio Branco durante a coletiva de imprensa. Em uma fala que destacou seu governo como “uma evolução da evolução” (do governo José Ivo Sartori), Leite chamou atenção paras reformas e cortes efetuados em seu mandato e para o papel de Gabriel Souza no Parlamento, de apoio a medidas como o teto de gastos, que garantiu a adesão do Rio Grande do Sul ao contestado Regime de Recuperação Fiscal.
Ao final, Leita ainda observou que ao abrir mão da candidatura, o MDB não se torna coadjuvante da disputa eleitoral. “O MDB terá papel de protagonista no que vamos fazer pelo Rio Grande do Sul”. Nas palavras do ex-governador, o movimento de abrir mão da candidatura para formar uma chapa ao lado dele é um gesto “de grandeza”.
Ainda na manhã deste domingo, o PSDB gaúcho confirmou Eduardo Leite como candidato ao governo do Estado pelo partido. O anúncio foi feito pelo presidente estadual da legenda, Artur Lemos Júnior.
“Temos cerca de 60 dias pela frente. Precisamos espalhar imediatamente, por todos os cantos do Rio Grande, as conquistas que nosso governo teve e tem. Não é pouca coisa. Temos muito para apresentar aos gaúchos e às gaúchas”, discursou Leite.
Tiveram direito a voto na convenção deputados federais e estaduais, membros do diretório estadual e do diretório nacional com domicílio eleitoral no Estado e delegados municipais do PSDB. Durante o evento, que teve também a presença do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, foram homologados os 62 candidatos a deputado federal e estadual.
