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Fim dos filtros no Instagram? Qual o impacto da mudança para a manipulação da aparência nas redes sociais

A partir do dia 15, milhões de efeitos serão retirados da plataforma, restando apenas aqueles de autoria da própria Meta.

Publicada em 03/01/2025 às 14:09h

Gaúcha ZH


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Marina
cresol

Fim dos filtros no Instagram? Qual o impacto da mudança para a manipulação da aparência nas redes sociais
Psicóloga Carolina Quiroga alerta que não sentir-se bem com a própria imagem sem retoques pode ser sinal de questões de saúde mental. Mateus Bruxel / Agencia RBS  (Foto: foto reprodução)

O Instagram vai estar um pouco mais “de cara lavada” a partir do dia 15 de janeiro, quando boa parte dos filtros utilizados na plataforma serão removidos. 

A Meta anunciou o fim do Meta Spark Studio, uma plataforma que permitia a criação de efeitos personalizados com ferramentas como programação, realidade aumentada e gráficos 2D e 3D.  

Nesse novo momento da empresa, estima-se que 2 milhões de filtros desenvolvidos por terceiros serão retirados do ar, restando apenas os que são de autoria da própria Meta, que detém as redes sociais Instagram, Facebook e WhatsApp.  

 

Por que a Meta vai remover filtros do Instagram?

A organização deu poucas justificativas para a decisão, mas especialistas em marketing digital acreditam que o movimento seja motivado por fatores econômicos, e não por preocupações com autoestima ou rejeição da autoimagem — debate que está em alta desde a popularização de ferramentas capazes de modificar drasticamente a aparência dos usuários.

— Acredito que tenha chegado o momento em que os filtros não tragam dinheiro para a Meta perto do que a plataforma Spark deve apresentar de custo em manutenção. Não vejo a questão da autoimagem como o motivo dessa mudança, até porque isso já está difundido, todas as redes sociais acabam trazendo essa glamourização do eu, as pessoas buscam muito a “melhor versão” de si — afirma Daniel Martins, criador de filtros e empresário na agência de marketing Wondanland, de São Paulo.

 

Referências estéticas irreais

O uso exagerado de filtros e tecnologias que removem manchas da pele e linhas de expressão, alteram o tamanho de nariz, olhos, boca e outras características contribui para que os usuários se espelhem em referências estéticas irreais – e quem não se enquadra pode acabar se sentindo inferior, especialmente as mulheres, que historicamente são mais cobradas no quesito beleza. 

Segundo a psicóloga clínica e doutora em medicina Carolina Quiroga, mulheres que já são mais propensas a pensamentos autocríticos terão ideias como "eu não sou bonita o suficiente", "só vou ser bonita utilizando esses filtros e, se não usar, não serei aceita".

— Se só me sinto bem com o filtro, quer dizer que tenho um problema. Uma coisa é eu conseguir entender que o que vejo na tela não reflete a realidade, outra é eu não conseguir viver fora daquele padrão idealizado, porque nesse caso vai haver um sofrimento emocional bastante importante, reforçado justamente por esse ideal inatingível. Pode ser gerador de emoções incômodas intensas, como tristeza, frustração, raiva e mágoa — reflete Carolina.

Em uma entrevista que teve ampla repercussão na Internet neste ano, a cantora Sandy, de 41 anos, declarou que não consegue postar fotos sem filtro e que não se sente à vontade com a ideia das pessoas a vendo “nua e crua”. O relato dela encontra eco entre as mulheres, que se identificaram com o problema.

 

Expansão em outros apps

O grande boom dos filtros ocorreu entre 2020 e 2021, na avaliação de Daniel Martins. Desde então, a procura por eles vem diminuindo, tanto em termos de visualizações quanto de encomendas personalizadas por empresas. No entanto, o hábito de modificar a imagem está longe do fim.

Outros aplicativos mundialmente populares, como o TikTok e o Snapchat, oferecem ferramentas mais diversificadas e sofisticadas para alterações visuais. No TikTok, por exemplo, é possível ajustar elementos como o nariz, os dentes, a pele e os olhos no momento da captura.

— No TikTok, você já grava como uma espécie de filtro personalizável, com muito mais possibilidades de exageros. Isso já está tão difundido na sociedade que, por exemplo, há designers de sobrancelhas que são treinadas a usar filtros para poder mostrar o resultado da sobrancelha para a cliente junto com uma pele maravilhosa e um olho marcante. Convivemos com os filtros direta e indiretamente o tempo inteiro — aponta Martin.

Os filtros que imitam efeitos de cirurgias plásticas são os mais populares entre os usuários do Instagram, aponta a socióloga e pesquisadora em filtros de realidade aumentada Lauren A. Miller, da Swinburne University of Technology, na Austrália. Ao analisar os efeitos de embelezamento presentes na plataforma, apurou que 87% deles encolhem o nariz e 90% aumentam os lábios.

Essas alterações refletem um padrão estético que muda ao longo do tempo, influenciado pela cultura e pelo mercado.

— Os filtros são instrumento de uma estratégia da indústria de consumo e da estética para propagar determinados tipos de padrão, sobretudo para as mulheres seguirem, assim fazendo com que a indústria continue lucrando. Portanto, toda aquela estética de harmonização facial vem para os filtros e isso vira uma nova realidade: quanto mais você vê aquilo, mais vai achando que estranho é um rosto que aparece sem filtro — argumenta a socióloga Ingrid Gerolimich.

A Meta ainda não divulgou quais dos seus filtros estarão disponíveis a partir deste mês. Questionada pela reportagem de Zero Hora sobre os efeitos de embelezamento, a empresa declarou que "não tem informações para compartilhar no momento". Mesmo com a remoção, é provável que os usuários recorram a outras plataformas ou aplicativos para retocar fotos e vídeos antes de postá-los no Instagram.




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