O telescópio Espacial James Webb, da Agência Espacial Norte-americana (Nasa), registrou o planeta GJ 9827 d. Cientistas o tratam como “diferente de tudo que já vimos antes”. A quase cem anos-luz de distância, a descoberta tem aproximadamente o dobro do tamanho da Terra e uma atmosfera composta em sua maioria por vapor de água quente.
O GJ 9827 d está sendo chamado de “mundo de vapor” pelos cientistas, que afirmam que a descoberta pode mudar nossa busca por planetas potencialmente habitáveis.
O estudo, publicado no The Astrophysical Journal Letters no início de outubro, é liderado por Caroline Piaulet-Ghorayeb, do Instituto Trottier de Pesquisa em Exoplanetas da Universidade de Montreal.
Sem condições de habitabilidade
Embora esse planeta extrassolar - ou seja, um exoplaneta - não ofereça condições de habitabilidade para formas de vida terrestres, sua atmosfera única abre portas para novas pesquisas sobre mundos fora do Sistema Solar e o potencial de alguns deles abrigarem vida.
Quase todos os planetas de outras galáxias já observados possuem atmosferas feitas de elementos mais leves, como hidrogênio e hélio.
— GJ 9827 d é o primeiro planeta onde detectamos uma atmosfera rica em moléculas pesadas como os planetas terrestres do Sistema Solar. Este é um passo enorme — disse Piaulet-Ghorayeb.
A pesquisa foi liderada por Caroline Piaulet-Ghorayeb, astrônoma do Instituto Trottier de Pesquisa em Exoplanetas da Universidade de Montreal, no Canadá.
A equipe da pesquisadora utilizou a técnica de espectroscopia de transmissão para medir a composição atmosférica do planeta GJ 9827 d, conforme informações do Olhar Digital.
Essa técnica consiste em medir a quantidade de luz estelar que é absorvida pela atmosfera de um planeta enquanto ele transita diante de sua estrela. Ao observar diferentes comprimentos de onda de luz, os cientistas conseguem determinar os componentes da atmosfera.