O presidente chinês Xi Jinping discutiu o aumento global da inteligência artificial com Bill Gates na sexta-feira e afirmou que recebe com satisfação empresas dos EUA, incluindo a Microsoft, trazendo sua tecnologia de IA para a China, segundo duas fontes familiarizadas com as conversas.
Xi também discutiu o desenvolvimento de negócios da Microsoft na China durante a reunião em Pequim, de acordo com uma das fontes.
Gates, co-fundador da Microsoft, renunciou ao conselho da empresa em 2020 para se concentrar em trabalhos filantrópicos relacionados à saúde global, educação e mudanças climáticas.
Os comentários sobre IA feitos na reunião entre Xi e Gates não foram divulgados nos relatórios da reunião publicados pela mídia estatal chinesa nem em uma postagem de Gates na sexta-feira refletindo sobre sua viagem à China.
Quando solicitada a comentar, a Fundação Bill e Melinda Gates direcionou a Reuters para a postagem.
O Escritório de Informação do Conselho de Estado da China, responsável por responder a consultas da mídia em nome do governo chinês, e a Microsoft não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.
Xi já afirmou anteriormente que a China precisa aproveitar as oportunidades de usar a IA para impulsionar o desenvolvimento econômico, mas também alertou sobre seus riscos, pois o país está considerando uma nova lei sobre a tecnologia, bem como regras para IA generativa.
Sua reunião com Gates ocorre em um momento em que as relações entre Estados Unidos e China estão em seu ponto mais baixo em décadas, com a IA sendo um ponto de conflito.
Os EUA promulgaram uma série de controles de exportação destinados a restringir o desenvolvimento de IA da China, enquanto a China perturbou a comunidade empresarial estrangeira com uma repressão às consultorias e uma proibição de algumas vendas na China pela fabricante de chips dos EUA, Micron (MU.O).
A Microsoft apoia a OpenAI, cujo chatbot ChatGPT gerou um grande interesse global em IA no ano passado, que se espalhou para a China.
A OpenAI e o próprio ChatGPT não são bloqueados pelas autoridades chinesas, mas a OpenAI não permite que usuários de alguns países, incluindo a China continental e Hong Kong, se inscrevam.
A Microsoft está presente na China há mais de 30 anos e possui um grande centro de pesquisa lá. Seu portal Bing é o único mecanismo de busca estrangeiro acessível dentro do chamado Grande Firewall da China, embora seus resultados de busca sobre tópicos sensíveis sejam censurados.
A gigante de tecnologia dos EUA enfrentou problemas na China nos últimos anos, à medida que o país aumentou seu controle sobre o setor de internet.
Em 2021, encerrou o LinkedIn China, substituindo o aplicativo de rede social por uma versão simplificada focada apenas em empregos.
Em maio, anunciou que também fecharia esse aplicativo na China, citando forte concorrência e desafios macroeconômicos, mas disse que manteria uma presença no país.