Maior credor da Rússia, o Sberbank relatou uma queda de quase 80% no lucro líquido de 2022 nesta quinta-feira (9), quando as sanções ocidentais abalaram o setor financeiro do país, no que o CEO do banco chamou de “o ano mais difícil”.
O Sberbank divulga resultados de acordo com os padrões internacionais de relatórios pela primeira vez em um ano. As autoridades russas ordenaram aos bancos que limitassem as divulgações e os pagamentos de dividendos no ano passado, enquanto Moscou tentava manter a estabilidade financeira.
O lucro anual do Sberbank foi de 270,5 bilhões de rublos (US$ 3,57 bilhões), queda de 78,3% em relação a 2021 e cerca de 30 bilhões de rublos (US$ 396 milhões) abaixo do reportado para 2022, de acordo com os padrões contábeis russos.
O CEO German Gref disse que os lucros deste ano devem ficar próximos do recorde de 1,25 trilhão de rublos (US$ 16,5 bilhões) obtidos no “ano pré-crise”.
“Nosso modelo de negócios passou em outro teste de força”, disse Gref, acrescentando que o banco agora retomará a consideração dos pagamentos de dividendos em seus resultados de 2022, com uma decisão prevista para março.
O Ministério das Finanças da Rússia espera que o credor estatal pague 50% de seus lucros em 2022 como dividendos.
A resiliência do Sberbank diante das sanções ajudou o setor bancário da Rússia a se recuperar de um primeiro semestre deficitário em 2022.
Outros credores, como o banco número 2 VTB, não se saíram tão bem e o banco central da Rússia alertou sobre “riscos sistêmicos” para o setor na semana passada, enquanto os credores lutam para obter lucro.
Os bancos agora estão disputando negócios com o estado – principalmente com o aumento do orçamento de defesa – e as grandes empresas do país.
“Implementamos um plano anticrise: revisamos radicalmente nossas prioridades, introduzimos as mais rígidas medidas de poupança, fechamos e vendemos negócios internacionais e também fizemos todas as provisões necessárias para a carteira de empréstimos e bloqueamos ativos”, disse Gref.
O Sberbank disse que a economia ultrapassou 240 bilhões de rublos (US$ 3,2 bilhões), com custos operacionais caindo 1,5% em relação ao ano anterior. O banco recuperou US$ 6 bilhões em moeda estrangeira do exterior desde que as sanções foram impostas, disse Gref.