A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentação (PMA) disseram que entre 2019 e 2021 o número de pessoas famintas na América Latina e no Caribe aumentou em 13,2 milhões.
As três agências apresentaram nesta terça-feira (6) em Santiago do Chile o relatório “Para uma segurança alimentar e nutricional sustentável na América Latina e no Caribe em resposta à crise alimentar global”.
O documento confirma que “o número de pessoas que sofrem de fome na região aumentou em 13,2 milhões, para 56,5 milhões”, apontando o aumento dos preços das commodities devido à crise global como uma das principais causas.
Da mesma forma, as agências da ONU disseram que 62,5 milhões de pessoas estavam em insegurança alimentar no ano passado, num total de 267,7 milhões, representando 40% da população latino-americana.
Neste sentido, o representante regional da FAO, Mario Lubetkin, salientou que “a elevada dependência de fertilizantes importados e a variação dos preços dos alimentos têm um impacto negativo e inevitável nos meios de subsistência, principalmente da população rural, e no acesso a uma dieta saudável”.
O secretário executivo da CEPAL, José Manuel Salazar-Xirinachs, disse que “uma redução no rendimento e nas colheitas dos principais produtos para a segurança alimentar, devido a uma menor fertilização, aumentaria os efeitos nocivos da inflação alimentar sobre a população mais vulnerável”.
Lola Castro, chefe regional do PAM, sublinhou que, num cenário em que “a pobreza multidimensional está cada vez mais ligada à insegurança alimentar e nutricional (...) os sistemas de proteção social, incluindo a alimentação escolar, desempenham um papel fundamental na atenuação da vulnerabilidade das pessoas”.