A decisão dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, como Bahrein, México e Rússia, um grupo conhecido como OPEP Plus (OPEP+), de cortar suas cotas de produção de petróleo fizeram os Estados Unidos se mobilizar para responder a um possível aumento.
Na quarta-feira (5), a OPEP+ anunciou uma diminuição em 2 milhões de barris por dia nas metas de produção . O cartel dos produtores de petróleo estava lentamente retomando a produção após fazer um corte de 10 milhões de barris por dia em 2020 por conta da pandemia de covid-19. Com a nova queda na produção, o preço do barril deve subir.
A Opep afirmou por meio de comunicado que o corte na produção ocorre "à luz da incerteza que envolve as perspectivas econômicas globais e do mercado de petróleo".
Os Estados Unidos não estão felizes com a decisão. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia visitado em julho deste ano a Arábia Saudita, que lidera a OPEP como um dos maiores produtores de petróleo do mundo, para garantir um aumento na produção do combustível. Essa visita foi criticada por conta das agências de inteligência dos EUA afirmarem que Mohamed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita e premiê do país, estar envolvido no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
"Está claro que a Opep+ está se alinhando com a Rússia com o anúncio de hoje", disse Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca
O preço do barril de petróleo do tipo brent disparou no começo do ano, após a Rússia invadir a Ucrânia, e chegou a custar US$ 120. Já no final de setembro, a cotação caiu para menos de US$ 86 e, nesta quinta-feira (6), está cotado em US$ 93,72.
Com a inflação em alta nos Estados Unidos, Biden ganhou mais um tópico para se preocupar antes das eleições legislativas, previstas para 8 de novembro. A busca por petróleo barato pode acelerar a reaproximação entre a Casa Branca e a Venezuela.
Repercussão no Brasil
O possível aumento no preço do combustível pode também afetar o preço nas bombas na reta final das eleições no Brasil.
De acordo com reportagem do G1, o presidente Jair Bolsonaro (PL) estuda trocar as diretorias que cuidam da análise de preços na companhia para segurar o preço do combustível na reta final das eleições presidenciais.
A diminuição no preço do combustível é usada como argumento por Bolsonaro para defender seu governo e se manter no Palácio do Planalto.