O presidente russo, Vladimir Putin, assinou na última quarta-feira (5) leis que oficializam a anexação formal de quatro regiões do leste da Ucrânia à Federação Russa. No entanto, as fronteiras reivindicadas por Moscou são imprecisas na medida em que a Rússia não possui pleno controle militar sobre os territórios e a Ucrânia vem retomando regiões ocupadas.
Em 30 de setembro, foram assinados os acordos para "unir-se à Rússia" com as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e as regiões ucranianas ocupadas de Zaporozhye e Kherson. No total, a anexação representa cerca 15% de todo o território da Ucrânia. A realização de referendos sobre adesão à Rússia na Ucrânia foi classificada por Kiev e seus aliados ocidentais como uma "farsa" sem sentido.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não especificou os limites dentro dos quais os novos territórios se tornaram parte da Rússia. Ao mesmo tempo, disse que parte dos territórios das regiões anexas "serão devolvidas".
De acordo com as leis assinadas pelo presidente russo, as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk entrarão dentro das fronteiras "estabelecidas pelas constituições das repúblicas no dia de sua formação e no dia de admissão na Federação Russa".
Em 3 de outubro, Dmitry Peskov afirmou que Donetsk e Lugansk seriam incorporadas dentro das fronteiras de 2014, e as fronteiras das regiões de Zaporozhye e Kherson seriam determinadas após a Rússia "consultar a população" local.
A formalização da anexação de novos territórios ucranianos por parte da Rússia acontece em meio a dificuldades russas na luta para manter o controle sobre territórios ocupados no leste da Ucrânia. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta semana que havia "novos assentamentos liberados em várias regiões".
Após retomar o controle de vários territórios na região de Kharkov com sua contraofensiva em setembro, as forças ucranianas tiveram novos êxitos no campo de batalha, avançando pelas defesas russas no sul do país, além de consolidar seu domínio ao redor de Lyman, na região leste de Donetsk. As forças de Kiev também vêm buscando avançar sobre a região de Lugansk.