A Agência de Voos Espaciais Tripulados de China (CMSA, na sigla em inglês) anunciou que a tripulação da nave Shenzou-14 irá realizar as primeiras expedições fora da nave nesta quinta-feira (1º). Os três astronautas, Chen Dong, Liu Yang e Cai Xuzhe, estão em órbita desde o dia 5 de junho.
Nos últimos 88 dias, a tripulação realizou a troca de materiais da nave de carga para os novos gabinetes experimentais, o desbloqueio e prova do laboratório Wentian.
Uma caminhada espacial geralmente leva 8 horas. "É um esforço de equipe que requer coordenação entre todos os taikonautas, a equipe de terra e a espaçonave", declarou Wu Bing, coordenador da Estação Espacial da China com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).
A principal tarefa dos três taikonautas era receber dois módulos novos para a estação espacial Tiangong. O primeiro módulo, chamado Wentian, foi acoplado à estrutura em julho, o próximo deverá ser lançado ao espaço em outubro.
Uma vez instalados estes dois últimos módulos, a estação Tiangong terá uma forma definitiva em T e terá um tamanho semelhante ao da antiga estação russo-soviética Mir.
O objetivo do governo chinês é finalizar a construção da base espacial ainda neste ano. A decisão de construir uma base espacial própria surgiu depois da recusa dos Estados Unidos de deixarem a China participar na Estação Espacial Internacional (ISS). A estação chinesa terá 70 toneladas e deverá manter-se em funcionamento durante 15 anos, a orbitar a cerca de 400 quilômetros da superfície terrestre.
A tripulação da Shenzhou-14 inclui Liu Yang, de 43 anos, que foi a primeira mulher chinesa no espaço, em 2012; já o comandante da missão é Chen Dong, de 43 anos; e Cai Xuzhe, de 46 anos, quem fez seu primeiro voo ao espaço após 12 anos de preparação. No final de sua estadia, antes de retornar à Terra, os três astronautas da Shenzhou-14 passarão alguns dias com seus três companheiros da futura missão Shenzhou-15.
O programa espacial chinês colocou o primeiro astronauta em órbita em 2003, tornando a China o terceiro país a fazê-lo, com recursos próprios, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos. O país também já pousou sondas na Lua e em Marte. A agência espacial russa Roscosmos e a Administração Nacional de Espaço da China (CNSA) assinaram um acordo para a criação de uma base espacial na lua até 2027.