noticias150 Seja bem vindo ao nosso site Rádio Cidade FM TP!

RIO GRANDE DO SUL

Caso João Alberto: quatro anos após assassinato no Carrefour, processo teve motivação racial afastada pela Justiça

Homem negro foi espancado até a morte em estacionamento de unidade do supermercado em Porto Alegre. MP afirma que crime foi cometido por motivo torpe, em razão do racismo estrutural, mas TJ negou qualificadora

Publicada em 19/11/2024 às 14:45h

Gaúcha ZH


Compartilhe
Compartilhar a noticia Caso João Alberto: quatro anos após assassinato no Carrefour, processo teve motivação racial afastada pela Justiça  Compartilhar a noticia Caso João Alberto: quatro anos após assassinato no Carrefour, processo teve motivação racial afastada pela Justiça  Compartilhar a noticia Caso João Alberto: quatro anos após assassinato no Carrefour, processo teve motivação racial afastada pela Justiça

Link da Notícia:
Marina
cresol

Caso João Alberto: quatro anos após assassinato no Carrefour, processo teve motivação racial afastada pela Justiça
João Alberto foi morto aos 40 anos. Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal  (Foto: foto reprodução)

O assassinato de João Alberto Silveira Freitas completa quatro anos nesta terça-feira (19). O homem negro de 40 anos foi espancado e morto no estacionamento de um supermercado do Carrefour na zona norte de Porto Alegre. 

Apesar das conclusões da Polícia Civil e do Ministério Público, que apontaram o racismo como motivo torpe, uma das três qualificadoras do homicídio, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) afastou essa hipótese. Por isso, os seis réus pelo crime hoje respondem por homicídio duplamente qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima). As qualificadoras são circunstâncias do crime que podem agravar a pena em caso de condenação.

O processo está na fase de recursos e não há prazo para a realização do júri, um julgamento com a participação de cidadãos. O processo tramita sob sigilo.

 

Como foi o crime

O crime ocorreu na noite de 19 de novembro de 2020. Segundo as investigações, João Alberto foi contido por seguranças terceirizados após uma confusão no caixa do supermercado. O cliente, que estava acompanhado da esposa, foi levado até o estacionamento, onde foi espancado até a morte.

Testemunhas gravaram as agressões em vídeo. Outras quatro pessoas, entre funcionários do Carrefour e da empresa de segurança terceirizada, teriam auxiliado na imobilização de João Alberto e impedido tentativas de socorro à vítima, segundo a apuração da polícia.

Os dois seguranças terceirizados foram presos em flagrante. De acordo com necropsia feita pelos legistas do Departamento Médico Legal, a vítima foi morta por asfixia.

 

O que a polícia e o MP concluíram

O inquérito policial foi concluído em cerca de três semanas. Segundo a delegada responsável pelo caso, foi possível identificar que houve um exagero nas agressões impostas à vítima, resultado da fragilidade socioeconômica e da cor da pele de João Alberto.

— Nós fizemos uma análise conjuntural de todos os aspectos probatórios e doutrinários e concluímos, portanto, que o racismo estrutural que são aquelas concepções arraigadas na sociedade foram sim, fundamentais, no determinar da conduta dessas pessoas naquele caso — disse a delegada Roberta Bertoldo, na época.

O Ministério Público também apontou o racismo estrutural como uma das qualificadoras do crime, além do meio cruel e do uso de recursos que dificultaram a defesa da vítima.

— Além da torpeza ligada ao preconceito racial, nós temos o uso do meio cruel que seria asfixia, além da agressão brutal e desnecessária, junto ao final com o recurso que dificultou a defesa — explicou o promotor André Martinez, em dezembro de 2020.

 

O que diz o Carrefour

Após o crime, o Carrefour firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC), destinando R$ 115 milhões para políticas de combate ao racismo. O Ministério Público e a Defensoria Pública acompanham o cumprimento das medidas acordadas.

Em nota, o Carrefour afirma que assumiu "um compromisso com o enfrentamento ao racismo" e que presta "acolhimento a nove membros da família de João Alberto".

A empresa Vector, responsável pelos seguranças terceirizados, também assinou um TAC, com medidas de combate ao racismo estrutural.




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:








Nosso Whatsapp

 (55) 9 9709-8207

Visitas: 229047
Usuários Online: 6
Copyright (c) 2024 - Rádio Cidade FM TP
Converse conosco pelo Whatsapp!