O lançamento do Acampamento Farroupilha 2024 de Porto Alegre ocorreu nesta segunda-feira (5). O foco do evento deste ano será arrecadação de donativos para os atingidos pela enchente de maio no Estado.
A edição ocorrerá de 7 a 22 de setembro, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Parque Harmonia). A programação foi apresentada em uma cerimônia na Churrascaria Cultura Gaúcha, com a presença de autoridades e imprensa.
Estão previstas 120 atrações culturais, como chula, trova, dança, instrumental, declamação e pajadas. Segundo a organização, 187 piquetes devem participar da edição, o que representa uma redução de 20% na comparação com o ano passado.
Haverá pontos de arrecadação para os atingidos pela enchente na Capital. Materiais de higiene, limpeza, alimentos não perecíveis, itens elétricos e domésticos estão entre os donativos solicitados.
— O foco é a solidariedade. Vamos ter uma rede de piqueteiros unida no acampamento para arrecadação de materiais. Também há o lado da economia criativa: optamos pela prerrogativa de atender primeiro os músicos que perderam tudo e estarão aqui fazendo as suas apresentações — afirma Liliana Cardoso, secretária interina de Cultura e Economia Criativa.
Haverá a participação de 30 artistas afetados pelas inundações. A organização espera que se arrecade mais de duas mil toneladas de donativos no acampamento; a quantidade foi arrecadada na edição de 2023 do evento, quando foi destinada para os prejudicados pelas cheias no interior do Estado.
O acampamento não terá recursos públicos municipais devido aos prejuízos causados pela crise climática; apenas os banheiros químicos serão custeados pela prefeitura. O financiamento terá recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LIC) e Lei Rouanet, conforme a organização.
Pavimentação é a novidade
Conforme a Gam3 Parks, concessionária responsável pelo parque, a enchente causou prejuízo de R$ 18 milhões. A água chegou a 2m25cm de altura e prejudicou a parte elétrica, tubulações e gramado, além de ter danificado materiais e veículos utilizados nas obras obrigatórias do parque.
A ideia era entregar todas as melhorias antes da edição do acampamento deste ano. Porém, devido à inundação, a finalização deve ocorrer após o evento cultural, ainda em 2024 – pelo contrato de concessão, a entrega da infraestrutura completa estava prevista para dezembro de 2025.
A pavimentação do parque será a principal novidade para os frequentadores do evento, segundo Carla Deboni, diretora e arquiteta da GAM3 Parks:
— Havia bastante reclamação, porque nem todo o parque tinha calçada nos acessos, na parte de embarque e desembarque. Agora teremos um trajeto com pavimentação e toda a parte de acessibilidade contemplada. A cobertura definitiva da praça central e o playground do Sepé Tiaraju vão ficar para depois do acampamento. Fizemos essa postergação para cumprir com o que é vital para que o evento aconteça.
Outra novidade é o Ecopila, um projeto Montenegro e Pareci Novo, no Vale do Caí, uma moeda que vai valer dinheiro no comércio do parque. Haverá cédulas de meio até 20 "ecopilas". Quem visitar o acampamento e levar material de descarte, como papel e plástico, receberá em troca o dinheiro simbólico.