Três meses após a enchente, a Secretaria Estadual da Educação do RS (Seduc) anunciou nesta segunda-feira (5) investimento total de R$ 129,1 milhões na retomada das atividades. O montante, dividido em parcela de autonomia, merenda escolar, mobiliário e equipamentos e obras em escolas afetadas, já vem sendo aplicado pelo governo.
Veja o detalhamento dos gastos:
-Parcela de autonomia: R$ 51,5 milhões
-Merenda Escolar (repasse extra para 2.280 escolas): R$ 18,2 milhões
-Mobiliário e equipamentos para escolas afetadas: R$ 40, 3 milhões
-Obras em escolas atingidas: R$ 19,1 milhões
Com estes R$ 19,1 milhões contratados, 61 escolas estaduais atingidas pela tragédia climática estão em obras. No total, já foram feitos reparos em 179 escolas, sendo 129 delas em Porto Alegre, 26 em Pelotas e 24 no Vale do Taquari. Os serviços são realizados por meio da contratação simplificada, modelo adotado pelo Estado no ano passado.
Na prática, os contratos são feitos por ata de registro de preços, que funciona como um "catálogo de serviços", que fica à disposição das instituições, dando maior velocidade ao atendimento de demandas. Este formato busca agilizar a recuperação das escolas atingidas pela enchente.
Outras 215 instituições da rede aguardam reforma, com projetos sem contratação simplificada. As atividades são conduzidas pela Seduc e pela Secretaria de Obras Públicas.
Volta às aulas
Nesta segunda, alunos de 32 escolas estaduais voltaram às salas de aula. Antes, as instituições estavam com aulas remotas, híbridas ou por revezamento. Conforme a Seduc, 99,9% da rede está com aulas presenciais, o equivalente a 2.320 escolas das 2.338 instituições estaduais. No entanto, segundo o governo, o ano letivo não terminará no prazo.
— O currículo 2024 não vai conseguir ser terminado em dezembro, por mais que estejamos dando aula extra. Vamos começar fevereiro de 2025 fechando o que não deu em 2024 — afirma a secretária da Educação, Raquel Teixeira.
Além de momentos de acolhimento, os estudantes estão passando por atividades de recomposição de aprendizagem. As escolas da rede contam com atendimento pedagógico e com o programa Estudos de Aprendizagem Contínua, que será fortalecido nas regiões diretamente atingidas pela enchente.
Outras 15 escolas continuam com os alunos realocados, ou seja, com aula presencial em local alternativo. A perspectiva é que ainda em agosto os estudantes retornem ao prédio original.
Já na Escola Estadual de Ensino Fundamental São Caetano, em Porto Alegre, e no Colégio Estadual Tereza Francescutti, em Canoas, que necessitam de reformas complexas, ainda não há previsão de retorno presencial.