Um dos principais acessos aos municípios da região das Hortênsias, na Serra, voltou a apresentar problemas estruturais. Quatro rachaduras se formaram na RS-115, próximo de Três Coroas, causando desníveis no asfalto. Motoristas relatam que as falhas apareceram após a enchente de maio.
As falhas estão localizadas ao lado da praça de pedágio da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), no km 23, e ocupam os dois sentidos da rodovia. Duas delas são mais significativas, formando fendas de até 20 centímetros. De acordo com a EGR, não há risco de novos rompimentos e do asfalto ceder ainda mais.
Os motoristas que passam por ali precisam reduzir a velocidade, o que acaba congestionando a via em momentos de fluxo intenso. Sem sinalização alertando sobre as rachaduras, muitos condutores fazem desvios em alta velocidade, ou freiam bruscamente.
Um problema semelhante já havia sido registrado no final do ano passado. Em outubro, Zero Hora esteve no mesmo trecho da rodovia. Alguns pontos estão ainda mais profundos nove meses depois. A repetição do problema provoca indignação da população que utiliza diariamente a estrada, como é o caso do gerente de peças, Gustavo Pereira, 48 anos.
É um transtorno. Primeiro, tu pagas um pedágio de R$ 7,10 para ir e para voltar e a 200 metros do pedágio, tu encontras um desnível que se tu passares no limite de velocidade da estrada, com certeza tu vais estragar uma roda, vais estragar a suspensão porque tem um degrau na estrada — reclama.
A reportagem questionou o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) sobre a quantidade de acidentes nesse trecho nos últimos meses e aguarda retorno.
EGR promete reparo em agosto
A Empresa Gaúcha de Rodovias afirma que está no processo de contratação da empresa que vai fazer a fresagem a o recapeamento de um trecho de 420 metros onde estão as rachaduras. O trabalho deve durar até dois dias.
O presidente da empresa, Luís Fernando Vanacôr, explica que o trecho é feito de um solo coluvial, formado por sedimentos de terra que se movimentam em dias de chuva. Com períodos mais chuvosos, a movimentação afeta a camada do asfalto, formando as trincas. Desde o início da concessão da EGR, há 10 anos, o problema ocorreu quatro vezes, sendo duas em menos de um ano.
A solução definitiva para evitar novas rachaduras seria conter o solo. Porém, conforme o presidente, trata-se de uma obra complexa e de alto investimento.
— São dois quilômetros de extensão desse colúvio. Se nós fizermos uma contenção em todo o trecho, teríamos que mapear todo o solo. Seria um valor elevado. Optamos por fazer os reparos. Geralmente nós adiantamos e já garantimos a contratação da empresa para dar mais agilidade. Dessa vez demorou mais, pois estávamos em outras frentes em função da enchente — admite Vanacôr.
Sobre a falta de sinalização, ele afirma ter colocado uma placa no local, que pode ter sido derrubada, e garante a colocação de uma nova estrutura alertando para os desníveis.