A dois dias do fim do prazo para cadastramento de famílias para receber o Auxílio Reconstrução, a maior parte das prefeituras gaúchas que ainda não encaminharam inscrições ao governo federal não pretende fazê-lo. É o que aponta levantamento da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), que consultou os prefeitos das 155 cidades que não enviaram dados de nenhum morador.
De acordo com a Famurs, 142 prefeituras alegam "não ter munícipes para cadastrar", já que registraram apenas danos em pontes, pontilhões e lavouras, ou não tiveram pessoas e imóveis diretamente atingidos.
— Em contato com todos os nossos prefeitos e prefeitas, a gente verificou que, nestas cidades, não existem moradores nas manchas de inundação, onde o satélite pegou. Então, não foram cadastradas famílias porque é responsabilidade dos prefeitos realmente só indicar quem precisa — explica o presidente da Famurs, Marcelo Arruda.
A prefeitura de Lajeado do Bugre, no norte do Estado, por exemplo, respondeu que "Graças a Deus não teve desabrigados".
As autoridades de Vista Gaúcha, no Noroeste, disseram que "municípios mais atingidos merecem ser atendidos".
Já Maçambará, na Fronteira Oeste, informou que "não sofreu grandes danos, somente em estradas", e que "o prejuízo maior foi principalmente na produção de soja, onde faltava uma grande área a ser colhida".