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RIO GRANDE DO SUL

Guaíba deve superar a cota de alerta a partir de quarta-feira

Estimativa também indica que não há indicativos de que o rio ultrapasse a cota de inundação nos próximos dias. Tendência é de que, após subida pontual, águas voltem à tendência de queda

Publicada em 17/06/2024 às 15:56h

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Marina
cresol

Guaíba deve superar a cota de alerta a partir de quarta-feira
 (Foto: foto reprodução)

Em nova projeção, emitida nesta segunda-feira (17), o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS projeta que, no pior cenário, o Guaíba siga em tendência de alta e ultrapasse a cota de alerta a partir de quarta-feira (19). A marca é um sinal de atenção para a gestão de risco da prefeitura de Porto Alegre, mas não representa o avanço das águas sobre a região central da cidade.

O mesmo boletim indica que o Guaíba deve baixar da cota de alerta até sexta-feira (21). A projeção do IPH considera as medições e níveis da régua emergencial instalada na Usina do Gasômetro, que marcava 2m74cm às 11h15min. O nível de alerta desta régua é de 3m15cm. 

A projeção também indica que não há no horizonte possibilidade de o Guaíba voltar a superar a cota de inundação. Isto é, pelas projeções, o Guaíba subirá e descerá sem sair do seu leito. Na atual régua utilizada para acompanhar o Guaíba e fazer as projeções, a cota de inundação é de 3m60cm.

No boletim, os hidrólogos Rodrigo Paiva, Fernando Fan e Matheus Sampaio destacam que é preciso acompanhar o comportamento das precipitações, “considerando a incerteza da previsão meteorológica”. Em outras palavras, pode chover mais do que atualmente está previsto, o que alteraria os cenários desenhados.

A principal preocupação do momento é se há possibilidade de elevação dos níveis para acima das cotas de inundação e alerta (definidas como 3,60 m e 3,15 m pela SEMA para a régua Usina do Gasômetro), por novas afluências dos rios nos próximos dias devido às chuvas que estão ocorrendo e chuvas previstas, e por oscilações causadas pelo efeito dos ventos. 

 

Observações hidrológicas e previsão meteorológica: 

Em geral os rios afluentes ao Guaíba apresentavam redução lenta dos níveis na semana passada. Entre domingo e segunda-feira e no momento, se observa rápida elevação em todos os rios, sendo os rios Taquari, Caí e Sinos já em níveis elevados, e o Jacuí e Gravataí em níveis moderados. Após cerca de 10 dias sem precipitação significativa (até sexta-feira 14/6), observou-se elevados volumes de precipitação, variando de cerca de 20 mm no sul do RS, 75 mm na faixa central, 85 mm no alto Jacuí, 150-200 mm no Taquari-Antas, 150 mm no Caí, 100 mm no Sinos e até 240 mm na cabeceira do Antas na região de Cambará do Sul. As previsões apontavam para chuvas da ordem de 100 mm, mas as chuvas observadas foram na faixa de 100 a 200 mm em grande parte das bacias.  

As previsões meteorológicas mais atualizadas apresentam chuvas ao longo dos próximos 10 dias. Cerca de 50 mm nas próximas 24h, mais de 100 mm nos próximos 3 dias e mais de 150 mm nos próximos 10 dias na parte norte do RS. Previsões indicam ventos fortes sobre o Guaíba e Laguna dos Patos, na direção sudeste hoje, virando para norte amanhã e sul novamente ao longo da semana.  

 

Previsão de níveis: 

Considerando todas as incertezas envolvidas e com base em análise das observações até momento, foram desenvolvidos novos cenários de previsão. 

Os cenários de previsão indicam aumento dos níveis do Guaíba nos próximos dias, podendo ficar acima da cota de alerta no pior cenário. As chuvas ocorridas no final de semana foram superiores em relação as previstas inicialmente pelos modelos meteorológicos, causando aumento nos volumes dos rios afluentes e nos níveis previstos para o Guaíba. Devem ocorrer oscilações pelos efeitos dos ventos. É necessário seguir com atenção a chuva observada, considerando a incerteza da previsão meteorológica.  

 

Recomendações: 

Recomenda-se atenção especial a população afetada; ações para a limpeza das áreas afetadas e restabelecimento o quanto antes das estruturas de proteção em precaução a alagamentos e inundações futuras. 

 

Como era a medição

A medição do Guaíba, historicamente, era feita pelo governo do Estado na área mais central do Cais Mauá, mas a estrutura foi destruída pelo avanço das águas em 2 de maio, deixando o monitoramento do Guaíba temporariamente às escuras. Emergencialmente, equipes do governo do Estado  instalaram, em 3 de maio, uma nova estação de medição do nível do Guaíba em outro ponto, onde havia condições técnicas de acesso.

Porém, a nova régua instalada não está no mesmo nível da antiga, na estação do Cais Mauá.

"Foram estabelecidas para as referências de alerta e inundação a serem consideradas no monitoramento realizado na estação Usina do Gasômetro, respectivamente os valores de 3m15cm e 3m60cm", diz trecho do documento divulgado pelo governo. Antes, considerando a medição no Cais Mauá, os índices eram 2m55cm o nível de alerta e 3m o nível de inundação.




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