A prefeitura lançou na manhã desta sexta-feira (31) o plano de ação Porto Alegre Forte e a plataforma Reconstruir Porto Alegre. A apresentação ocorreu no Instituto Ling, no bairro Três Figueiras. Durante o evento, o Executivo municipal revelou um custo público estimado de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões após a destruição na enchente e afirmou que este dado não é definitivo.
Questionado na entrevista coletiva pela reportagem de GZH se houve falha de manutenção nas comportas de proteção da cidade, o prefeito Sebastião Melo reconheceu a existência de problemas com o sistema e utilizou ainda a palavra "romperam" para se referir aos diques do Sarandi.
— O sistema não funcionou. Não foram só os portões, tivemos também problemas nas casas de bombas que, na nossa avaliação, foram concebidas para tirar água da cidade e não para enfrentar uma enchente deste tamanho — afirmou o prefeito.
A iniciativa Reconstruir Porto Alegre foi desenvolvida pela prefeitura com técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus). Foram mapeados os equipamentos públicos danificados pelas enchentes que precisam de reforma. Basicamente, o cronograma de ações engloba três etapas (confira abaixo).
O chefe do Executivo ainda enumerou problemas em outros setores da Capital.
— Acho que não houve uma falha das comportas, vou mandar fazer agora um laudo do Muro da Mauá para ver se ele segue firme. Vamos trocar os portões, mas e os diques que romperam e extravasaram? E o Guarujá, Lami, Belém Novo e Ipanema, que estão cheios d'água? Então é só a questão das comportas? Não, a enchente foi severa em toda a cidade e o sistema precisa ser revisitado.
O vice-prefeito Ricardo Gomes mencionou que o financiamento com o Banco Mundial prevê a instalação de cinco bombas na região do 4º Distrito, mas a prefeitura não tem estimativa de quando isso poderá se tornar realidade. Além disso, foram exibidos outros dados relativos aos custos da reconstrução. Apenas para as obras de drenagem e segurança hídricas estão previstos custos de R$ 500 milhões.
O plano Porto Alegre Forte foi realizado com apoio da consultoria Alvarez & Marsal. As informações da plataforma já podem ser consultadas aqui.
Ações imediatas
-Acompanhamento diário dos indicadores e ações
-Recuperação dos serviços emergenciais
-Estruturação de abrigos provisórios
-Atenção à população e animais
-Gestão financeira emergencial
Ações RecomPOA
-Análise de impactos macroeconômicos e fontes de recurso
-Soluções definitivas de bombeamento e obras de drenagem
-Ações de reconstrução da infraestrutura da cidade
-Implementação de medidas para a retomada econômica
-Programas de parcerias
Ações da adaptação climática
-Plano de ação de adaptação climática
-Desenvolvimento e implementação de práticas e planos voltados à resiliência
-Verificação de mudanças legislativas vantajosas
-Apresentação de medidas de inovação e sustentabilidade
-Proposição de programas de transformação
Dados apresentados:
-135 abrigos cadastrados
-11,2 mil pessoas abrigadas
-13.644 toneladas de lixo recolhido
-6 postos de saúde retomados, sendo 26 o número total de impactados
-75 escolas municipais retomadas, sendo 99 o número total das municipais impactadas
-49,7 mil famílias cadastradas
-6.639 animais em abrigos
-5 Estações de Tratamento de Água (ETAs) operando
-R$ 323 milhões de recursos totais, sendo R$ 152 milhões em execução