Às 8h03min desta segunda-feira (27), a Base Aérea de Canoas recebeu o pouso do primeiro voo comercial enquanto o aeroporto Salgado Filho estiver fechado. Com chuva, o Airbus A320, vindo de Congonhas, em São Paulo, chegou com 173 passageiros — quase a capacidade máxima, que oferece 176 poltronas.
Usando a cabeceira oeste, a aeronave taxiou em parte dos 2,75 quilômetros de pista. Em um dos hangares, quatro ônibus contratados pela Fraport esperavam os passageiros desembarcarem.
O próximo destino seria o ParkShopping Canoas, distante 3,4 quilômetros, para concluir este novo procedimento. E será assim pelas próximas semanas. A Base Aérea terá sua pista compartilhada entre as operações administradas pela Aeronáutica e pela Fraport.
No shopping, 174 passageiros já esperavam para subirem nos ônibus e serem levados para a Base Aérea. Com atraso de meia hora, às 10h, o avião voltou para Congonhas, sem reabastecimento.
Esse foi um acordo feito entre a Aeronáutica e Fraport, o que faz com que voos com distâncias maiores não poderão ser recebidos em Canoas. Se houvesse a necessidade de reabastecimento, os caminhões de combustível precisariam demandar um espaço maior na Base Aérea.
À tarde, a mesma operação será repetida, mudando apenas o aeroporto de origem. Um voo da Latam, vindo de Guarulhos, chegará às 14h e partirá às 15h30min.
Claro que há impacto para a Força Aérea, mas a situação faz com que a gente se adapte. A Base Aérea está se moldando, mas não irá virar um aeroporto.
— Não tem como trazer a demanda do Salgado Filho para dentro da Base Aérea — informa o comandante da Base Aérea de Canoas, tenente-coronel Thiago Romanelli.
A partir de 1º de junho, as companhias Azul e Gol também começarão a operar na Base Aérea de Canoas. A ideia é que o número de voos seja moldado conforme a necessidade.
— A gente não tinha ideia, no início, que a procura seria tanta. O nosso foco será manter a segurança operacional e a convivência com a Base Aérea. Depois vamos avaliar uma possível ampliação — destaca o diretor de Operações da Fraport, Fabricio Cardoso.
Renegociação
Na semana passada, a Fraport comunicou a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) que o contrato de concessão precisará ser renegociado. Ainda não se sabe de que forma ou os custos, que só serão sabidos após uma análise dos investimentos que o aeroporto precisará receber.
Desde 2018, a Fraport tem um contrato de 25 anos com o governo federal, com possibilidade de ser ampliado em mais cinco anos. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, admite que o contrato precisará passar por um reequilíbrio financeiro, principalmente se houver necessidade de reparar a pista.