O número de moradores fora de casa após os temporais que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril é superior à população de oito capitais brasileiras. De acordo com o relatório mais atualizado da Defesa Civil, 615 mil pessoas foram atingidas. São 538,2 mil gaúchos desalojados (em casas de amigos ou parentes) e outros 77,4 mil em abrigos.
O quantitativo é maior que as populações de Rio Branco-AC, Macapá-AP, Vitória-ES, Porto Velho-RO, Boa Vista-RR, Florianópolis-SC, Aracaju-SE e Palmas-TO. Os números levam em consideração os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O governo do Estado afirma que, em razão do volume de chuva que atingiu o RS nas últimas 48 horas, os rios Caí e Taquari vão sofrer elevações rápidas, atingindo a cota de inundação. Posteriormente, essas águas vão chegar ao Jacuí e ao Guaíba.
Prefeitos e equipes das Defesas Civis têm feito apelos para que moradores de áreas de risco não retornem para suas residências. Ginásios, escolas e igrejas são usados como abrigos.
O Guaíba marcou 5,20 metros na manhã desta terça (14) e voltou a avançar sobre ruas. Moradores do bairro Lami, na Zona Sul de Porto Alegre, deixaram suas casas no dia mais frio do ano na Capital.
Guaíba de novo a 5 metros
Na segunda-feira (13), o Guaíba voltou a superar os 4m76cm da enchente histórica de 1941. À tarde, o nível já ultrapassava 5m, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) projeta que o nível máximo do Guaíba pode alcançar em torno de 5m50cm nesta terça — mais que o recorde batido na última semana, de 5m35cm.
A Prefeitura de Porto Alegre construiu uma barricada improvisada em frente à Usina do Gasômetro, região central da cidade, para conter o avanço das águas do lago. As barreiras têm 1,80 metro e foram montadas com dois andares de sacos de areia.