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RIO GRANDE DO SUL

Porto Alegre encerra março com o menor número de homicídios já registrado em um mês

Foram oito assassinatos na Capital no terceiro mês deste ano ? no mesmo período do ano passado, tinham sido 30 casos

Publicada em 04/04/2024 às 13:30h

Gaúcha ZH


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Marina
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Porto Alegre encerra março com o menor número de homicídios já registrado em um mês
Combate ao crime organizado e ações integradas ajudaram a reduzir o número de mortes. Polícia Civil / Divulgação  (Foto: foto reprodução)

Porto Alegre alcançou cenário histórico em relação aos homicídios em março deste ano. Com oito casos, a Capital teve o menor número de assassinatos registrados num mês, desde que os dados são divulgados de forma detalhada pelo governo, em janeiro de 2011. Os indicadores da Secretaria da Segurança Pública do Estado foram informados na manhã desta quinta-feira (4). Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram 30 vítimas, a redução é de 73%.

Em relação a outros anos, a diminuição se mostra ainda mais acentuada. Em 2017, quando Porto Alegre vivia um momento de guerra entre facções criminosas, marcada pela barbárie, com sequestros de inimigos, ataques a comunidades e esquartejamentos, foi registrado o mês com maior número de assassinatos da série histórica. Em janeiro daquele ano, foram 105 vítimas. Março de 2017 também apresentou um alto número, com 71 assassinatos, ou seja, em média 2,3 por dia. Agora, a média é de um homicídio a quase quatro dias.

— É uma queda sem precedentes na Capital. O ideal é que não tenha nenhuma morte, mas oito numa cidade do tamanho de Porto Alegre é muito representativo. Pontua um movimento de baixa nos homicídios, que é denso, sólido e constante — avalia o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mario Souza.

Entre os fatores apontados como essenciais para chegar a este panorama estão medidas que vêm sendo adotadas pelas forças de segurança — Polícia Civil, Brigada Militar e Polícia Penal — sempre que algum homicídio é praticado pelo crime organizado. As ações envolvem a saturação da área do crime, com a presença de policiais, operações especiais, inclusive de combate à lavagem de dinheiro, com foco na facção responsável pela execução, a responsabilização dos mandantes e lideranças, revistas em casas prisionais e também transferências de líderes para penitenciárias estaduais ou federais – estas são consideradas as duas últimas medidas.

O entendimento é de que essas estratégias empregadas de forma integrada permitiram que a Capital tivesse redução acentuada nos homicídios já no ano passado. A queda se tonou mais expressiva em fevereiro deste ano, quando foram 12 casos, e agora em março, com menor número já registrado num mês. A diminuição ocorre num cenário no qual tem sido registrados menos homicídios do crime organizado. Até o ano passado, os conflitos envolvendo o tráfico de drogas eram responsáveis por 80% dos assassinatos na Capital, conforme estudo do DHPP. Em março deste ano, metade das mortes é atribuída às facções e a outra parcela se deu em contextos diferentes.

— Esse cenário de fevereiro e março é resultado da constância da aplicação do protocolo que é colocado em prática sempre que ocorre um homicídio. A conta do crime organizado é matemática. Eles sabem que se optarem por matar, vão ter um prejuízo grande. Entender quais são os crimes praticados pelo crime organizado é essencial, porque nesses podemos agir para prevenir, para evitar novas mortes. Ter quatro homicídios praticados pelo crime organizado num mês na Capital é algo sem precedentes nas últimas décadas — diz Souza.




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