Categorias de trabalhadores do Rio Grande do Sul conseguiram o maior reajuste real - acima da inflação - desde novembro de 2014, ou seja, quase uma década. As negociações são monitoradas pela Fipe, que produz mensalmente o boletim Salariômetro. Em janeiro agora de 2024, o aumento ficou em 1,4%, mas ficou abaixo da média nacional, de 2%.
Por esta pesquisa, 86,4% das categorias conseguiram reajustes acima da inflação no Estado. O restante teve, ao menos, a reposição. Nenhuma ficou abaixo. Os melhores percentuais vieram do setor de serviços (+3,79%), enquanto o pior foi na indústria (+0,29%). O piso mediano ficou em R$ 1.580, acima dos R$ 1.492 do país.
O mercado de trabalho está aquecido, o que aparece com a queda sucessiva da taxa de desemprego a ponto de chegar a patamares considerados de pleno emprego. No Rio Grande do Sul, ele ficou em 5,4% em 2023. O cenário dá mais espaço para que os trabalhadores conquistem reajustes maiores nas negociações.
No início do ano passado, porém, os percentuais cheios de reajustes salariais até estavam maiores. A inflação, no entanto, também estava, o que fazia o ganho real ser menor do que agora. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado de parâmetro, ficou em 3,7% em janeiro, contra 5,7% de um ano atrás.
Aumentos acima da inflação podem pesar para as empresas, mas também injetam mais renda na economia. O trabalhador fica com um poder aquisitivo maior. Aliás, isso está entre os itens listados pelo varejo para esperar um 2024 de vendas melhores do que em 2023, junto com a queda da taxa de juro e a geração de empregos.