Com a expansão do desenvolvimento e dos centros urbanos, os limites entre a natureza e a selva de pedra tornam-se borrados. Por vezes, animais silvestres são vistos vagando por cidades e propriedades rurais, em busca de um espaço que lhes foi tomado. Em muitas ocasiões, contudo, acabam morrendo. Ainda que sejam naturais das regiões gaúchas, tamanduás, veados e até mesmo onças estão cada vez mais escassos. Mesmo na natureza, o encontro com alguns bichos vira um acontecimento – o tuco-tuco das dunas, avistado na praia, é um exemplo disso.
Esses e outros animais estão entre as 280 espécies em algum grau de ameaça de extinção no Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). A lista, no entanto, não é atualizada há 10 anos – e, de acordo com especialistas, a ação humana vem, cada vez mais, degradando a situação dos animais.
Espécies tornam-se ameaçadas quando a sua população diminui consideravelmente, explica Roberto Reis, professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). As três principais categorias de ameaça de extinção são: vulnerável; em perigo; e criticamente em perigo. Dez espécies já foram extintas, segundo a Sema.
Além da lista estadual, há outra, em nível nacional, organizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). São as chamadas listas vermelhas. Há duas situações em que os animais podem constar em uma e não na outra, conforme especialistas: a primeira é chamada de não classificável – uma espécie que ocorre ocasionalmente ou com pouca população. A outra é quando uma espécie está ameaçada em uma região, mas não nacionalmente, e vice-versa. Ou seja, elas não necessariamente coincidirão e não são comparáveis, pois, além de tudo, não são atualizadas simultaneamente.