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RIO GRANDE DO SUL

Empresário preso por suspeitas na Educação de Porto Alegre adquiriu sete bens logo após pagamentos sob investigação

Documentos da tramitação processual listam propriedades de alto padrão compradas por Jailson Ferreira da Silva após liquidação de despesas pela prefeitura da Capital

Publicada em 26/01/2024 às 09:56h

Gaúcha ZH


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Marina
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Empresário preso por suspeitas na Educação de Porto Alegre adquiriu sete bens logo após pagamentos sob investigação
Jailson Ferreira da Silva é representante da editora Inca Tecnologia de Produtos e Serviços, que fez quatro vendas à Smed. Lauro Alves / Agencia RBS  (Foto: foto reprodução)

A tramitação processual da Operação Capa Dura, que investiga possíveis delitos de fraude licitatória e associação criminosa na prefeitura de Porto Alegre, contém documentos e relatórios que detalham os bens móveis e imóveis considerados de “alto padrão” adquiridos pelo empresário Jailson Ferreira da Silva. Conforme a investigação, moradias e veículos foram comprados por ele em datas próximas, sempre posteriores, aos pagamentos feitos pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) da Capital por livros da editora Inca Tecnologia de Produtos e Serviços.

Preso temporariamente na terça-feira (23), Jailson atuou nas cinco vendas de livros sob suspeita. No total, foram comercializados 544 mil exemplares por cerca de R$ 34 milhões.

Os documentos mostram que, em quatro das contratações, as liquidações dos pagamentos da prefeitura em favor da Inca ocorreram entre 6 de julho e 11 de agosto de 2022.

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A investigação diz que, em datas “imediatamente posteriores aos pagamentos”, uma empresa em nome de Jailson, a World Company Soluções e Inovações Tecnológicas, adquiriu quatro carros: Hyundai Tucson Turbo GLS (2019), Mercedes Benz S500L (2015), Maserati Levante (2019) e Porsche Panamera 4EHYB (2020). Pesquisa na tabela Fipe indica que, somados, os veículos podem chegar ao valor de R$ 1,9 milhão.

Os documentos relatam que os carros permaneceram por menos de 40 dias como propriedade da World, sendo transferidos posteriormente a terceiros. As autoridades registraram formalmente a suspeita de que possa ter ocorrido lavagem de dinheiro na operação.

Entre agosto e novembro de 2022, em datas posteriores aos pagamentos da Smed, foi registrado que Jailson adquiriu três imóveis. Um deles, em um condomínio em Xangri-lá, no Litoral Norte, foi arrematado em leilão judicial por R$ 375 mil. Além disso, dois apartamentos em um mesmo complexo turístico na praia de Jurerê, em Florianópolis, foram comprados pelo suspeito. Um deles custou R$ 500 mil (vendido quatro meses depois por R$ 930 mil) e o outro, R$ 850 mil. Os aportes nos imóveis alcançaram R$ 1,7 milhão.

No somatório de compras, o valor potencial chegaria a R$ 3,6 milhões entre imóveis e veículos. Essa cifra corresponde a pouco mais de 10% dos R$ 34 milhões pagos pela Smed pelos livros sob suspeita.

Quatro das cinco vendas foram feitas pela Inca Tecnologia. A quinta comercialização, consumada em outubro de 2022, coube à Sudu Inteligência Educacional, mas ela forneceu os mesmos materiais da editora Inca, com igual intermediação de Jailson.

A Operação Capa Dura é da Polícia Civil e a decisão judicial que autorizou as prisões temporárias, afastamentos de função pública, mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens é da 1ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.




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