O vazamento de dados de ações policiais por estagiários e servidores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) atrapalhou diversas operações e impediu prisões no estado, de acordo com a Polícia Civil. Uma das ações prejudicadas foi a de combate ao tráfico de drogas em um condomínio dominado por criminosos em Porto Alegre.
O Condomínio Princesa Isabel fica no bairro Azenha, na Capital. Desde o início do ano, a Polícia Civil reuniu provas de que traficantes vendiam drogas no local, seja nas áreas abertas, nos corredores ou dentro dos apartamentos. Imagens de câmeras de segurança mostram que a movimentação de compradores ocorre praticamente 24 horas por dia.
Em um dos flagrantes, um homem entra no condomínio, entrega dinheiro ao traficante e, depois, recebe a droga. Então, vai até os fundos do prédio, onde há um ponto de tráfico, junto de um terminal de ônibus.
Em outro caso, os traficantes usam um banheiro público como ponto de tráfico. Para não ser pego em flagrante, o criminoso deixa a droga no chão e, em menos de um minutos, aparece um comprador.
Imagens também mostram o momento em que uma mulher, sentada em uma cadeira dentro do condomínio faz o repasse de drogas. Em plena luz do dia.
Apesar das diversas provas obtidas pela Polícia Civil, as prisões daqueles que seriam os responsáveis por chefiar o esquema têm sido difíceis – e os vazamentos seriam as causas dessa dificuldade.