Um grupo de Porto Alegre suspeito de envolvimento em 100 homicídios nos últimos sete anos, segundo a Polícia Civil, foi alvo de uma operação realizada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A ofensiva da manhã desta segunda-feira (23) mirou um homem apontado como chefe de uma organização criminosa e um ex-assistente dele.
De acordo com o delegado Gabriel Borges, responsável pela operação, 13 pessoas foram presas. Também foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão e 46 ordens judiciais para bloqueios de contas bancárias. Foram mobilizados cerca de 200 agentes e um helicóptero.
Alguns dos mandados foram cumpridos em penitenciárias. A polícia explicou que os presos, mesmo de dentro da cadeia, ordenavam assassinatos e comandavam o tráfico de drogas.
A operação recebeu o nome de "Golpe de estado", porque um dos gerentes da organização criminosa teria deixado a quadrilha e tentado captar integrantes e levar para um grupo rival.
"Recentemente houve uma dissidência na organização criminosa, em que o principal gerente abandonou a organização e efetuou um golpe contra o grupo, desencadeando uma série de crimes violentos na região", disse o delegado.
A Polícia Civil teve acesso a um áudio em que o homem apontado como traidor conversa com membros da antiga organização criminosa da qual fazia parte. Ele nega as acusações.
"Cupincha, eu não mudei de lado, mano. A caminhada é minha agora, cupincha. Não tem bandeira, não tem ninguém. Não tem ‘embolamento’, mano. Entendeu? Bagulho é que eu fiquei milionário. Essa é a caminhada", sustentava.
Conforme o delegado, a investigação constatou que a quadrilha alvo da operação movimentava cerca de R$ 1 milhão a cada dez dias com a venda de drogas.