A Polícia Civil investiga o caso de uma paciente que morreu, na quarta-feira (23), cerca de dois meses após realizar um parto por cesárea no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Exames de imagem apontaram que havia gaze dentro do corpo de Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos.
A assessoria de imprensa da Fundação de Saúde de Novo Hamburgo confirma que foi realizada uma ultrassonografia em Mariane, no dia 14 de agosto, que confirmou que havia o material no organismo da mulher.
Em nota, o Hospital São Francisco de Assis afirma que o falecimento se deu por "complicação pós-cirúrgica descrita na literatura e não previsível". A instituição acrescenta que "todas as medidas adotadas foram corretas" e que trabalha "há mais de 40 anos pautado nos ditames éticos e legais vigentes para oferecer a melhor assistência".
Conforme o marido de Mariane, Cristiano Silva, de 44 anos, algum tempo após receber alta hospitalar a mulher começou a se queixar de de dores na região abdominal. Diante da recorrência das reclamações, eles buscaram atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Novo Hamburgo.
"Não conseguia dormir, chorava de dor. A dor importuna, né?", relata Cristiano.
Segundo o homem, após a realização de exames na UPA foi constatado que a mulher tinha gaze dentro do corpo. A recomendação foi que eles retornassem ao Hospital São Francisco de Assis. Ao voltar para o local em que foi feito o parto e apresentar os laudos, Cristiano afirma que um funcionário da casa de saúde "saiu correndo" e que o documento "não foi devolvido". O hospital nega a informação.
Mariane ficou internada e passou por duas cirurgias. Ela teria passado por um primeiro procedimento logo após dar entrada no hospital, para retirar um abscesso, e um segundo, na manhã de terça-feira, que não teria sido comunicado aos familiares, segundo a versão do marido. No dia seguinte, foi confirmado o óbito.
O caso foi registrado pela família na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Parobé. De acordo com o delegado Francisco Leitão, à frente da investigação, as partes envolvidas no caso serão ouvidas nos próximos dias.