O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Consun) deu andamento ao pedido de destituição da atual reitoria. Em reunião ordinária na última sexta-feira, dia 28 de abril, o colegiado, que é a instância máxima da UFRGS, elegeu uma comissão especial para tratar do caso. Um parecer deve ser conhecido em cerca de três meses.
Protocolado em março, o documento foi assinado por 39 professores da UFRGS. A argumentação aponta desde falhas administrativas até alinhamento com a extrema direita. De acordo com a secretaria do Consun, o novo pedido de destituição não chegou a ser discutido pelo plenário do Conselho, que é formado por integrantes da comunidade acadêmica. A comissão especial é paritária e conta com três docentes, três discentes e três técnicos/administrativos, todos integrantes do órgão. Os nomes serão oficializados em documento a ser publicado pelo Consun.
O parecer elaborado pelo grupo será votado pelo plenário. Caso haja definição pela destituição, o pedido será encaminhado ao Ministério da Educação, que tem a palavra final.
O atual mandato do reitor Carlos Bulhões e da vice Patrícia Pranke vai até setembro de 2024. Eles estão à frente da UFRGS desde 2020, quando foram nomeados pelo então presidente Jair Bolsonaro, que desrespeitou a vontade da comunidade acadêmica, ainda que não tivesse a obrigatoriedade de segui-la. A consulta interna havia apontado outras duas chapas à frente da candidatura de Bulhões.
Bulhões e Pranke já foram alvo de um outro pedido de destituição, que chegou a ser aprovado pelo Consun em 2021, mas, posteriormente, arquivado pelo MEC.