Bancada Negra é fruto de uma longa caminhada
Entrevistados pelo Brasil de Fato RS, os três deputados foram unânimes em afirmar que a posse de uma, até então, inédita Bancada Negra é fruto de um trabalho político coletivo de longo prazo.
Matheus Gomes disse que o cortejo teve o objetivo de agregar os vários movimentos sociais, sindicatos e representações da comunidade negra que foram estratégicos na vitória eleitoral de 2022 e também no fortalecimento dos mandatos na Câmara de Vereadores, desde 2020.
Ressaltou que o momento da conquista do assento no legislativo municipal se deu no período de pandemia, o que impossibilitou qualquer comemoração, de forma que o evento de hoje se configura no festejo de todo esse processo.
"Esse cortejo representa o fortalecimento e a consolidação da representação política negra e também de uma nova renovação que estamos construindo para trazer outras pautas que a Assembleia precisa", afirmou Matheus.
Para Bruna Rodrigues, o cortejo demonstra que a posse que se daria logo mais no legislativo estadual representa uma luta coletiva, conduzida pelos pelos mais velhos e pelos guias do plano espiritual e terreno.
"Para nós é uma chegada simbólica, nós jamais andamos sós. Essa entrada não poderia ser individual. Se nunca na história da ALRS houve a presença de mulheres negras, essa chegada simboliza a ocupação de um espaço que nunca nos recebeu", afirmou Bruna.
Também em depoimento à reportagem do BdF RS, Laura Sito saudou a mobilização dos servidores públicos, dos trabalhadores e sindicatos e movimentos sociais presentes.
Segundo ela, a mobilização se dá não somente por causa da posse dos mandatos, mas principalmente em defesa de uma "retomada democrática de um estado que gere um desenvolvimento capaz de combater as desigualdades e de garantir vida digna aos trabalhadores".
Disse ainda que sente-se feliz de fazer parte dessa posse inédita e que acredita que os próximos quatro anos de legislatura aguardam muita "luta social, mas sob uma nova perspectiva de enfrentar a extrema direita".
Por fim, concluiu que a atuação parlamentar da Bancada deverá acontecer ligada aos movimentos sociais, ao exemplo do que já ocorria na Câmara de Porto Alegre.