O Brasil entrou em quadra, neste domingo, precisando vencer ninguém menos do que os Estados Unidos para sonhar em se classificar para o Mundial de 2023. O sonho só não era uma utopia porque o time norte-americano joga as eliminatórias com atletas que não atuam na NBA. Mesmo assim, foram os primeiros a carimbar o passaporte para o torneio mais importante do ano. Jogando em casa, no ginásio Arnão, em Santa Cruz do Sul (RS), a seleção contou com uma torcida que apoiou bastante desde o início. Brigando por todas as bolas, extremamente raçudo e contado com boas atuações de Yago e Caboclo, o time nacional venceu por 82 a 76 e garantiu a última vaga no Mundial.
A seleção terminou em quarto no Grupo F, com oito vitórias em doze jogos, mesma campanha de México e Porto Rico. Porém, levou a pior nos critérios de desempate (confronto entre os times empatados). Contudo, a eliminatória americana dava sete vagas no Mundial. Os três melhores de cada grupo e o melhor quarto colocado. E nessa a seleção levou a melhor sobre a Argentina, que foi quarta no Grupo E.
O Mundial de 2023 será disputado em três países. Japão, Filipinas e Indonésia receberão a competição, que começa no dia 25 de agosto e dá vagas para os Jogos Olímpicos de Paris-2024.
Jogarão o Mundial: Japão, Filipinas, Finlândia, Costa do Marfim, Nova Zelândia, Líbano, Canadá, Austrália, Alemanha, Letônia, Itália, Espanha, China, Eslovênia, Lituânia, França, Grécia, Estados Unidos, Jordânia, Sudão do Sul, Egito, Angola, Irã, Cabo Verde, Geórgia, Montenegro, Porto Rico, México, República Dominicana, Venezuela e Brasil.
O jogo
Os Estados Unidos começaram o jogo um pouco melhor do que a seleção e conseguiram abrir pequena vantagem. A boa atuação de Bruno Caboclo e o forte apoio das arquibancadas mantinham o Brasil vivo no jogo. Duas pontes-aéreas de Yago para Caboclo (17 a16) fizeram a seleção passar à frente do placar e levaram a torcida à loucura. Gui Santos ainda conseguiu converter mais um rebote ofensivo, Yago acertou de três no estouro do cronômetro, e a vantagem ampliou para 22 a 16 antes do primeiro quarto acabar.
Animado, o Brasil voltou bem na defesa e sem desperdiçar chances no ataque. Na cesta de Lucas Mariano, a seleção ampliou para 27 a 16. Aos poucos, os americanos acertaram a marcação no garrafão e dificultaram o ataque do Brasil. Pemberton girou em cima de Yago, fez a cesta e diminuiu para 37 a 33. Com muita dificuldade de lado a lado, as duas equipes conseguiram apenas mais uma cesta cada e o primeiro tempo terminou 39 a 35.
O Brasil começou nervoso o terceiro quarto e viu os Estados Unidos virarem o jogo para 42 a 41. Bruno Caboclo acertou de três e revirou o placar (44 a 42). O jogo ficou equilibrado, e a seleção contou com um Yago muito inspirado para se manter à frente. Além das cestas, ainda deu um lindo passe para Hettsheimeir mandar de três e dar um respiro para a seleção (58 a 52). Embalada, a equipe de Gustavinho seguiu brigando por todas as bolas e foi para o quarto decisivo com 62 a 54 a seu favor.
A última parcial começou super tensa. Por vários minutos, o placar se manteve parado nos 65 a 58 - o Brasil marcava bem, mas falhava no ataque. Galloway acertou de três e deixou a torcida brasileira tensa (67 a 63). Mas Bruno Caboclo tratou de fazer também de três e o ginásio vibrou muito (70 a 63). Os Estados Unidos ainda forçaram, tentando fazer faltas e ganhar tempo, mas o Brasil soube administrar o jogo e o nervosismo para conseguir vencer por 83 a 76.