O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 acontece apenas no domingo (13), no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Mas a maior personalidade do circo da modalidade já está no Brasil, causando furor.
Lewis Hamilton, o heptacampeão mundial e multi-recordista piloto britânico de F1, esteve nesta segunda-feira em Brasília para receber o título de cidadão honorário do Brasil, concedido pela Câmara dos Deputados. Ele aproveitou a ocasião e convidou diversas lideranças da luta antirracista brasileira para um evento pós-cerimônia.
A homenagem da Câmara foi sugerida pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE) e acatada pelos parlamentares em junho. A ideia foi proposta no ano passado, quando Hamilton venceu o Grande Prêmio Brasil. Na ocasião, ele repetiu o ritual de vitória do brasileiro Ayrton Senna: deu uma volta na pista carregando a bandeira brasileira. À época, Hamilton fez uma publicação em suas redes sociais para agradecer o título.
Ao receber a honraria, Hamilton declarou, mais uma vez, seu amor ao país. "É uma grande honra receber esse título, hoje. Agora, posso finalmente dizer que sou um de vocês. Eu amo o Brasil", disse. Ele dedicou o título a Ayrton Senna, um de seus ídolos no esporte.
Movimento negro
Após a cerimônia, Hamilton se encontrou com militantes do movimento negro do Brasil. Entre os convidados estavam Renê Silva, criador do Voz das Comunidades, jornal comunitário do Complexo do Alemão (RJ), Joel Luiz Costa, advogado nascido no Jacarezinho, coordenador do Instituto de Defesa da População Negra, Benedita da Silva, ex-governadora do Rio de Janeiro e deputada federal eleita pelo mesmo estado e Ruth Venceremos, liderança do MST.
Lewis Hamilton tem um histórico de luta antirracista. Sua atuação passou a ter mais destaque em 2020, após o assassinato de George Floyd pela polícia, nos EUA. Ele esteve presente em manifestação do movimento Black Lives Matter e passou a cobrar a Fórmula 1 por ações mais enfáticas contra o racismo.
Em setembro daquele ano, usou no pódio do GP da Toscana, onde conseguiu a sua 90ª vitória, uma camiseta com a frase "Prendam os policiais que mataram Breonna Taylor". Breonna, mulher negra de 26 anos, era paramédica e foi assassinada em março daquele ano após a polícia invadir sua casa, no estado do Kentucky, também nos EUA.