Começou nesta quarta-feira (8) em Tenente Portela, no Norte do Rio Grande do Sul, uma força tarefa para atender as gestantes indígenas da Reserva do Guarita. Sem médicos nos postos dentro da reserva, as mulheres não conseguem fazer o pré-natal.
Lideranças da reserva denunciaram, na semana passada, a morte de seis crianças nos últimos seis meses. A causa das mortes na comunidade é justificada pela precariedade no atendimento de saúde na região. O Ministério Público Federal (MPF) irá investigar as mortes. A reserva, considerada a maior do estado, com 8 mil pessoas, fica entre Tenente Portela e Redentora.
"Doenças que acometem a gestante, podem ser evitadas ou controladas durante o pré-natal e isso não tá sendo feito, por isso que a gente está fazendo esse atendimento emergencial, por que a gente quer captar essas pacientes, para essas pacientes não chegarem aqui ganhando o bebê ou de uma forma que a gente não tenha mais como ajudar", afirma a médica obstetra Suellen Casotti Scoqui.
O acolhimento na recepção do Hospital Santo Antônio começa com a ajuda de uma intérprete, para facilitar a comunicação em kaingangue. O primeiro atendimento é feito por uma assistente social e uma psicóloga.
"Desde os primeiros atendimentos, a gente vê [que é] muito eficaz, então por isso que a gente busca vir aqui, fazer o primeiro acolhimento pra que elas se sintam bem a vontade e depois seguir os nossos atendimentos", afirma a psicóloga Natalia Solaine Elsenbach.
Após, as gestantes passam para o consultório onde o atendimento é feito por uma médica e uma enfermeira, quando são verificados os meses de gestação e exames feitos.
"Hoje eu peguei duas pacientes com 28 semanas já, mais da metade da gestação, sem nenhum exame de sangue, sem nada, sem ultrassom também", alerta a médica obstetra Fernanda da Silva Nery. O problema é resultado da falta de médicos