O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou nesta segunda-feira (6) que a Indonésia é o novo membro de pleno formato do grupo Brics+.
"No exercício da presidência pro tempore brasileira do BRICS, que teve início em 1º de janeiro e se estenderá até 31 de dezembro de 2025, o governo brasileiro anunciou hoje, 6 de janeiro, o ingresso formal da República da Indonésia no BRICS, na condição de membro pleno", diz a nota do Itamaraty.
De acordo com o comunicado da chancelaria brasileira, a candidatura da Indonésia recebeu o aval dos líderes do grupo ainda na Cúpula de Johanesburgo, em agosto de 2023, "no contexto do processo de expansão do quadro de membros plenos do Brics".
No entanto, em função da realização das eleições presidenciais em 2024, "a Indonésia comunicou formalmente ao grupo o seu interesse de ingressar no Brics, somente após a formação de novo governo".
"Os países do Brics, por consenso, aprovaram a entrada da Indonésia no agrupamento, em consonância com os princípios orientadores, critérios e procedimentos da expansão do quadro de membros acordados em Johanesburgo", diz o Itamaraty.
O ministério destacou que o novo membro do Brics possui a maior população e a maior economia do Sudeste Asiático, partilhando "com os demais membros do grupo o apoio à reforma das instituições de governança global" e contribuindo "positivamente para o aprofundamento da cooperação do Sul Global". Segundo o Itamaraty, estes são temas prioritários do Brasil durante a sua presidência do Brics.
Com o início de 2025, o Brasil assumiu a presidência rotativa do Brics na quarta-feira (1º) sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável".
Entenda a expansão do Brics
Na Cúpula do Brics em Kazan, na Rússia, em outubro de 2024, chegou-se a um acordo entre os membros do grupo sobre a definição de 13 países para se juntar à associação na categoria de "Estados parceiros", entre eles a Indonésia, junto com Turquia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda. Até agora, nove destes países confirmaram a adesão ao status de parceiro.
No entanto, não se falou sobre a expansão do Brics para membros plenos do grupo durante a presidência russa em 2024. O status de "país parceiro" permite a participação do Estado em reuniões multilaterais, mas, em caso de divergências, os membros-parceiros não têm voto.
Agora, com o novo anúncio, a Indonésia se junta oficialmente ao Brics+, que engloba os membros iniciais - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - e os que aderiram ao Brics após a cúpula de 2023: Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Argentina e Arábia Saudita. Posteriormente, a Argentina recusou a entrada e a Arábia Saudita permanece indecisa sobre o ingresso oficial.