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Brasil

Por que o dólar vai a R$ 5,80 neste dia de possível indiciamento de Bolsonaro

Mercado reage ao aumento da tensão global e à falta de informações claras sobre o pacote de corte de gastos

Publicada em 21/11/2024 às 14:45h

Gaúcha ZH


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Marina
cresol

Depois de semanas oscilando no patamar de R$ 5,70, o dólar subiu nesta quinta-feira (21) para o nível de R$ 5,80. Como a maior novidade do dia promete ser o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, esse seria o motivo? Neste início de tarde, tem alta de 0,74%, para 5,811.

Não, não é. Desde a prisão de cinco pessoas que tramaram o assassinato do presidente e do vice-presidentes eleitos - sem que o mercado se abalasse - analistas explicam que se trata de pessoas sem poder. Portanto, sem capacidade de "fazer preço".

O que sim, faz o dólar subir mundo afora são desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. No Brasil, o que enfraquece o real é a falta de sinais claros sobre o anúncio do pacote de corte de gastos.  

Nesta quinta-feira (21), a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental sobre a Ucrânia pela primeira vez, depois que o país invadido lançou mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos. 

Isso ocorreu também depois de Vladimir Putin ter alterado seu protocolo nuclear. Antes, não poderia usar bombas atômicas para reagir a ataques de países sem esse tipo de arsenal. Agora, desde que o país em questão tenha apoio de uma potência nuclear, pode.

O nível de risco global aumentou diante dessa situação. E como se sabe, quando isso ocorre, o dólar quase sempre sobe junto. Além da alta no câmbio, a bolsa também enfrenta uma queda superior à media das últimas semanas, ao redor de 1%. E agora, o que vem antes? Uma guerra nuclear ou o indiciamento de Bolsonaro?

 

O que pode vir dentro do pacote

Reforço na contribuição da Defesa: fim da pensão para a família de expulsos das Forças Armadas, aumento da idade para ir para a reserva (aposentadoria militar), de 50 para 55 anos, pensão restrita a cônjuges, companheiros e filhos, sem extensão para pais e irmãos.

Salário mínimo: limitar a 2,5% o aumento real do piso. Atualmente, a regra prevê correção pela inflação, mais a variação correspondente ao aumento do PIB de dois anos antes. Para o próximo ano, portanto, valeria o crescimento de 2023, que foi de robustos 3,3%.

Fundeb: elevar de 30% para 60% a parcela de recursos federais do Fundeb (fundo de financiamento da educação básica) que contam para o cálculo do piso de educação.

Abono salarial: reduzir o alcance do benefício pago a trabalhadores empregados que ganham até dois salários mínimos mensais.

ProAgro e o seguro-defeso (pago a pescadores durante a época da reprodução dos peixes: hoje despesas obrigatórias e precisam ser feitas mesmo em caso de redução do orçamento, passariam a ter controle de fluxo, ou seja, só haveria desembolso do valor total se houvesse folga.




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