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Trilhas de aprendizagem do Novo Ensino Médio personalizam o caminho dos estudantes

Atividades a partir de uma área escolhida pelos alunos ajudam a aprofundar o conhecimento

Publicada em 13/11/2024 às 14:30h

Gaúcha ZH


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Marina
cresol

Trilhas de aprendizagem do Novo Ensino Médio personalizam o caminho dos estudantes
Novo Ensino Médio visa personalizar o percurso educacional. Mirador / stock.adobe.com  (Foto: foto reprodução)

O protagonismo do estudante ganhou um contorno mais perceptível com a criação dos itinerários formativos do chamado Novo Ensino Médio. Eles são constituídos por trilhas de aprendizagem, um conjunto de atividades que coloca o aluno no centro do processo. 

Mais do que isso: as instituições precisam oferecer pelo menos duas opções, permitindo que cada um siga o roteiro que fizer mais sentido. 

— A expectativa é de que o estudante saia com uma formação básica mais ampla e sólida em todas as áreas do conhecimento. A Educação Básica é base para toda a vida, portanto, precisa ser uma educação integral, de todas as dimensões do ser humano. E o Ensino Médio, como a última etapa, precisa aprofundar a formação para a cidadania, para a continuação dos estudos e para o mundo do trabalho, pois isso impactará em todos os processos futuros destes jovens — observa Gabriel Grabowski, doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professor pesquisador da Universidade Feevale. 

Com a abertura de mais possibilidades, surgiram dezenas de trilhas dos mais variados temas. Para controlar esse fenômeno, a carga horária da Formação Geral Básica (FGB) foi ampliada e a das trilhas, reduzida. Entre os temas abordados estão o pensamento computacional, gamificação, educação financeira, sustentabilidade, relações internacionais e a questão ambiental. 

De acordo com a legislação, tudo isso pode aparecer em formato de clubes, grupos de estudo, laboratórios ou outras ações. 

— O currículo precisa ser um articulador de todas as experiências possíveis de aprendizagens e de vida destes jovens estudantes. É momento de abrir horizontes, sonhar grande e de conhecimentos globais dos campos científico, cultural, tecnológico e humano. As especializações devem ser incentivadas após uma boa e sólida formação básica que será o alicerce das demais etapas de formação ao longo da vida — destaca Grabowski.

 

O papel das trilhas

A integração com o currículo é um dos pontos centrais na hora de escolher uma instituição de ensino. O professor da Escola de Humanidades da Unisinos Roberto Rafael Dias da Silva explica que a redução no número de itinerários formativos vem para permitir que sejam melhor implementados. 

Ele orienta que as famílias visitem as escolas para conhecer a infraestrutura e a arquitetura das trilhas de aprendizagem. 

— Tenho recomendado para os pais que tenham acesso, que escutem outros estudantes para enxergar o potencial de contribuição da escola para a formação: vínculos com a comunidade, atividades culturais e diversificação da formação — defende. 

Para o professor, já que o itinerário formativo vai ocupar uma porcentagem menor da carga horária nesse novo desenho, que entra em vigor em 2025, a escola pode optar por outras formas de organização na hora de produzir o aprofundamento. 

— O grande debate, hoje, na escolha dos adolescentes é o engajamento. O que tem que despertar o interesse são as grandes áreas, mas isso pode ser feito em uma linguagem que seja mais sedutora e favoreça o engajamento — frisa.

 

Hora de escolher

O professor Roberto da Silva elenca três pilares que podem ser bons norteadores na hora de escolher uma instituição de ensino, sob a perspectiva das trilhas de aprendizagem:

-Preocupação interdisciplinar: As trilhas devem contemplar diversas competências e habilidades, ligadas a múltiplas áreas do conhecimento

-Espaço de escuta dos jovens: Muitas vezes, as trilhas são definidas a partir de pesquisas feitas com os próprios alunos. Para ser protagonista, ele precisa ter voz

-Engajamento prático: Atividades em laboratórios, cine clubes, salas de leitura ou outras iniciativas que vão além do formato aula

 

O que muda com o Novo Ensino Médio

-A Formação Geral Básica salta de 1.800 horas para 2.400 horas (800 por série)

-Os itinerários formativos, com suas trilhas de aprendizagem, passam de 1.200 horas para 600 horas (200 por série)

-Além de Português e Matemática, a Formação Geral Básica (FGB) passa a ter outras disciplinas oficialmente nominadas (como Biologia, Física, Química, Geografia, História e Filosofia)

-Por lei, as escolas devem oferecer pelo menos dois itinerários distintos para cada ano letivo (cada um contemplando as 200 horas)

-Ao todo, cada série precisa oferecer no mínimo mil horas de aula em, pelo menos, 200 dias letivo




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