O comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou que as Forças Armadas não irão descuidar da necessidade de mais helicópteros, blindados e mísseis, mesmo sob "restrições orçamentárias que atingem a todos". A afirmação foi feita em cerimônia do Dia do Soldado, nesta quinta-feira (22), em Brasília. O evento é realizado em um contexto de contenção de gastos que tem desagradado as Forças Armadas.
— Esse espírito perseverante e de doação integral à carreira é mantido incólume, mesmo sob os efeitos das restrições orçamentárias que atingem a todos. Apesar disso, não nos descuidamos da imperiosa necessidade de mais helicópteros, de mais blindados e de mais mísseis — disse Tomás Paiva, durante a cerimônia.
De acordo com ele, tais armamentos são "meios militares imprescindíveis, que foram adquiridos de forma responsável e transparente e foram agregados à dotação de material da Força, aumentando nossa capacidade de cumprimento de missão".
Em julho, o Executivo anunciou contenção de R$ 15 bilhões em despesas para cumprir o arcabouço fiscal. O Ministério da Defesa arcou com R$ 676 milhões do corte - o Orçamento de 2024 estipulava R$ 126 bilhões para a pasta.
O corte ocorreu mesmo após pedido do ministro da Defesa, José Múcio, para preservar os recursos da pasta. No mês passado, Múcio solicitou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a proteção do orçamento destinado à Defesa. No encontro, Múcio disse que os atuais recursos da pasta já não estão alinhados com a real necessidade do ministério.
Diante do contexto de restrição orçamentária, neste ano, o governo federal planeja uma parada militar enxuta, sem grandes atrações paralelas, para comemorar o Dia da Independência, celebrado no 7 de Setembro. A estrutura para o desfile, na Esplanada dos Ministérios, começou a ser montada na sexta-feira (16). São arquibancadas móveis dos dois lados da via, em frente ao Ministério da Defesa.
Participaram do evento desta manhã o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Marcos Antonio Amaro (GSI), José Múcio (Defesa); os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes; o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet; e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.