Um dos principais gargalos da BR-116, no Vale do Sinos, pode seguir em obras nos próximos meses. As pontes que suportam a pista principal da rodovia sobre o Rio do Sinos, em São Leopoldo deve ser refeita. O objetivo é tornar a estrutura mais alta, no mesmo nível das estruturas das vias laterais, que ainda estão sendo construídas e devem ser liberadas em dois meses.
A obra de duplicação da ponte está no estágio final. A previsão de entrega do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é para setembro. A conclusão era esperada para junho, mas acabou sendo adiada por conta da enchente. Com isso, o trecho passará a ter quatro pistas ao invés de duas, o que vai garantir maior fluidez e diminuir o congestionamento diário na região.
No entanto, essa melhoria não deve surtir efeito por tanto tempo, já que a ponte atual também passará por obras. A passagem, cerca de um metro mais baixa que a das novas pontes, chegou a ficar inundada em maio. As pontes em construção chegaram a servir de passagem emergencial. Para evitar transtornos em caso de uma nova elevação Rio dos Sinos, o departamento passou a reavaliar a altura da ponte, e está estudando uma forma de igualar às dimensões das novas travessias.
— Até então não estava no planejamento fazer pontes mais altas. Mas em razão do que ocorreu com esse evento a gente já está programando fazer novas estruturas. A questão desses locais terem ficado embaixo d´água nos obriga a fazer a readequação da altura da rodovia nesses segmentos — afirma o superintendente do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva.
Além de São Leopoldo, outros dois pontos que também sofreram com os alagamentos devem passar por reparos. Em Esteio, na altura do quilômetro 256, deve ser feita uma elevação da via. Já a ponte sobre o Rio Gravataí, entre Porto Alegre e Canoas também deve ter alteração na sua altura.
Os três casos ainda estão na fase dos projetos e , portanto, ainda não possuem data para serem executadas. As obras não serão feitas ao mesmo tempo, e os estudos irão definir quais serão priorizadas no cronograma.
— A gente já deu ordem para a empresa fazer os levantamentos e os projetos necessários para adequação desses segmentos da rodovia. Ela deve estar nos apresentando nos próximos dias os projetos para que a gente faça a revisão de projeto em fase de obra para esse serviço passar para o contrato. Após a inclusão do contrato é que poderemos ter um cronograma, e vou poder dizer quando iniciaremos cada etapa — complementa Hiratan.
As novas intervenções serão executadas através de aditivos contratuais firmados com com o consórcio de empresas EPC, Sogel, Mac e Iguatemi, responsável pela série de intervenções que abrangem o trecho de Porto Alegre a Novo Hamburgo.
Além das pontes do Rio do Sinos, estão sendo trabalhados novos viadutos entre a RS-240 e a BR-116, no bairro Scharlau, em São Leopoldo, que devem ser totalmente liberados até 25 de julho. Além disso, estão no cronograma a construção de um viaduto e a ampliação de outro em Esteio, ambos previstos para serem entregues em 2025, e a criação de uma terceira faixa em toda a extensão Porto Alegre-Novo Hamburgo. Alguns trechos já foram executados. Há ainda trabalhos previstos para serem feitos em Canoas. A previsão atual de conclusão de todos os serviços é 2026.
O contrato, no valor de R$ 392 milhões, foi assinado em 2019, três anos após a licitação. A escolha da empresa foi parar na Justiça e o Dnit precisou aguardar a decisão final para dar autorização de início aos trabalhos.