O empresário que teve três carros de luxo, incluindo uma Ferrari, apreendidos na segunda fase da Operação Capa Dura já foi investigado em outros casos pela Polícia Civil.
O Grupo de Investigação (GDI) da RBS apurou que Marco Antônio Freitas Rocha foi alvo de buscas na ação que apura crimes licitatórios, lavagem de dinheiro e associação criminosa em compras feitas pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Porto Alegre.
Foram recolhidos uma Ferrari, um Bentley e um Hummer, veículos que estão em nome de empresas de Rocha. Outro carro apreendido pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) na Operação Capa Dura é um Audi. A reportagem verificou que ele pertence ao advogado Paulo de Tarso Dalla Costa.
A polícia não detalha as investigações, mas o GDI constatou que Rocha e Costa são investigados por terem ligação com empresas que fizeram negócios com a Smed e também com o empresário e representante comercial Jailson Ferreira da Silva. Ele é um dos principais investigados e foi preso temporariamente em janeiro na primeira etapa da Operação Capa Dura.
O GDI verificou que, em 2018, a mesma Ferrari, que hoje é vermelha, foi apreendida na investigação da chamada Operação Placebo, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). Na época, a Ferrari era preta. Rocha era suspeito de movimentar recursos de origem suspeita, usando como fachada a venda de suplementos e empresas de assessoria, holding e construção.
Ele era sócio de uma empresa com sede em Miami (EUA) que vendia suplemento alimentar supostamente feito a base de fosfoetanolamina. À época, o GDI comprou o produto e encaminhou um frasco para estudo na Central Analítica do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O exame apontou que o suplemento não continha fosfoetanolamina. Além do Denarc, a Delegacia do Consumidor do Deic também investigava eventuais crimes contra as relações de consumo e estelionato. Antes da conclusão pela Polícia Civil, o caso acabou passando para competência federal, sob investigação da Polícia Federal. Ainda não houve conclusão.
A segunda etapa da investigação da Capa Dura é liderada pelas 1ª e 2ª Delegacia de Combate à Corrupção, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A ofensiva foi deflagrada na sexta-feira (5), ampliando o foco para seis compras feitas pela Smed em 2022, somando contratos de R$ 58,2 milhões. Também foram apurados indícios de atos de corrupção que envolveriam a ex-titular da pasta Sônia da Rosa. Valores dados por empresas que fizeram negócios com a Smed teriam sido destinados ao pagamento de parcela de um apartamento comprado por Sônia, em Porto Alegre.
A polícia está analisando os celulares apreendidos na ação e tomando depoimentos.