O tenente-brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), afirmou em seu depoimento à Polícia Federal, prestado no dia 17 de janeiro, no âmbito do inquérito que apura um suposto plano de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL0SP) o abordou pedindo a efetivação do golpe.
Segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, a abordagem aconteceu após uma cerimônia de formatura dos aspirantes à oficial da FAB, na cidade de Pirassununga (SP). Zambelli, segundo o ex-comandante, teria abordado-o, solicitando que ele "não deixasse o presidente Bolsonaro na mão".
Diante do pedido da deputada, Baptista teria repreendido Zambelli e afirmado que não cometeria nenhuma ilegalidade contra o resultado das eleições. "Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que a senhora proponha qualquer ilegalidade", teria dito o militar.
Baptista também relatou aos investigadores que relatou o ocorrido ao então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e ressaltou que ele também teria sido procurado por Zambelli com o mesmo propósito. O general Paulo Sérgio é um dos militares investigados pela suposta participação na trama golpista.