A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que embasou a operação contra militares e ex-ministros, destaca o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em mais de 70 citações. Esta operação, denominada Tempus Veritatis pela Polícia Federal (PF), foi desencadeada em meio à suspeita de participação deles em uma tentativa de Golpe de Estado. O objetivo seria manter Bolsonaro no poder, culminando na invasão dos Três Poderes em Brasília, ocorrida em 8 de janeiro.
A PF, responsável pela apreensão do passaporte de Bolsonaro e pela proibição de comunicação com os investigados, fundamenta a ação a partir de uma decisão de 135 páginas de Alexandre de Moraes. Nesse documento, são citados elementos de prova encontrados durante a investigação.
As diversas menções a Bolsonaro na decisão incluem transcrições de falas do ex-presidente, destacando, por exemplo, sua participação em uma reunião com a alta cúpula do governo. Nesse encontro, ele instigava ativamente a promoção de desinformação ilegal e ataques à Justiça Eleitoral.
Além disso, o nome de Jair Bolsonaro é associado à descoberta de uma minuta golpista, que previa a prisão dos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, bem como do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A PF alega que Bolsonaro recebeu essa minuta e solicitou a exclusão dos nomes de Gilmar e Pacheco, mantendo apenas o de Alexandre de Moraes.