Quanto mais o governo de Javier Milei ameaça com represálias e repressão, mais o movimento grevista ganha corpo na Argentina para a paralisação geral convocada para o próximo dia 24 pela CGT (Confederação Geral do Trabalho). Governadores, sindicalistas, líderes de movimentos sociais e artistas, entre outras categorias que se opõem ao rígido ajuste fiscal anunciado pelo governo preparam a logística e se articulam para transformar o ato num marco da oposição contra o mandato ultraliberal de extrema direita que começou no final de 2023.
O governador peronista da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, liderou nesta sexta-feira (19) uma reunião de governadores provinciais, prefeitos e organizações sociais com líderes sindicais. Eles avaliaram a situação crítica provocada pelas medidas econômicas do governo e declararam apoio enfático à greve.
"Está sendo implementado um plano de ajuste com absoluta insensibilidade e sem compensar de nenhuma maneira o impacto negativo sobre os trabalhadores e os setores médios", disse Kicillof no encontro, que também contou com a participação presencial dos governadores Ricardo Quintela (La Rioja) e Gustavo Melella (Tierra del Fuego), além de Sergio Ziliotto (La Pampa), Gerardo Zamora (Santiago del Estero) e Raúl Jalil (Catamarca), que participaram virtualmente.
"As consequências das políticas serão vistas neste dia 24", afirmou Kicillof. "A demanda dos trabalhadores é em defesa dos mais necessitados, dos que mais sofrem e dos que ainda têm emprego", disse. A organização política La Cámpora, que reúne a juventude kirchnerista, convocou para a mobilização por meio de suas redes sociais e o um dos diretores da CGT, Héctor Daer, solidarizou-se com os trabalhadores que "sofrem a intimidação da Polícia Federal".