Três meses após o auge da seca avassaladora que atingiu o Amazonas, os rios da região entraram no período de cheias. A volta das chuvas e a subida do nível da água normalizaram a vida de boa parte das mais de 630 mil pessoas que, em outubro de 2023, ficaram isoladas após os rios se transformarem em grandes bancos de areia.
Porém, ainda pesam sobre as populações da floresta a escassez de peixes e o medo de que a próxima cheia possa ser tão extrema quanto a última seca. Por isso, lideranças indígenas e ribeirinhos pedem que os governos implementem medidas de prevenção e fazem campanhas de arrecadação de alimentos.
O aumento da temperatura da água levou à alta mortandade de peixes, que podem demorar anos para se reproduzir. Para alimentar as famílias indígenas vulneráveis, a Apiam faz uma campanha para arrecadar recursos que serão destinados à compra de cestas básicas e outros materiais que possam ajudar as comunidades (clique aqui para contribuir).
A insegurança alimentar é potencializada pela falta de alimentos como macaxeira e feijão, que, junto com os peixes, compõem a base alimentar das populações da floresta. O CNS explica que, com a falta de água durante a seca, os extrativistas perderam a produção nas roças, cujo excedente também serve como fonte de renda.