A produção de azeitonas no Rio Grande do Sul não deve repetir o recorde histórico da colheita do ano passado. A cultura, que tem no Estado a maior produção do país, é mais uma que deve sofrer efeitos das condições climáticas, agravadas pelo fenômeno El Niño.
Segundo estimativa da Emater, a produção na metade sul do Estado, na região de Bagé, deve registrar perdas de 75% a 90% ante o que era esperado. As chuvas constantes e as tempestades desde agosto comprometeram a safra deste ano. O número exato da quebra ainda não foi estimado.
— Por enquanto, não temos uma definição, mas uma preocupação — diz Renato Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), relatando que os impactos são diferentes em cada região produtora.
Fernandes diz que há relatos de produtores com perdas em regiões distintas. Mas a grande maioria ainda não consegue chegar a um percentual exato de quebra da produção. Fato é que uma sequência de episódios leva aos indícios de perda: seca tórrida no início de 2023, seguida de um inverno com poucas horas de frio, além de chuva extrema e temporais na reta final do ano.
— Teremos, sim, uma quebra de safra importante em 2024, por efeitos climáticos que são mundiais. Mas as oliveiras sempre nos reservam surpresas. No ano passado, que foi de seca, algumas árvores ficaram muito prejudicadas, e ainda assim tivemos uma supersafra. Precisamos aguardar o final de fevereiro e o mês de março para entender a dimensão do impacto — diz Fernandes.