No início de 2023, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou desafios na relação com as Forças Armadas, especialmente após os atos de vandalismo no Palácio do Planalto por seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esta situação levou a um clima de desconfiança entre o governo e o setor militar. A nomeação do general Tomás Miguel Paiva como comandante do Exército em janeiro marcou um ponto de virada nesse relacionamento, segundo reportagem do Valor.
Paiva, reconhecido por defender a democracia e a legitimidade dos resultados eleitorais, desempenhou um papel significativo na restauração da confiança entre o governo e os militares. A melhora nas relações também foi influenciada pela conduta dos comandantes da Marinha e da Aeronáutica, que enfatizaram a separação entre as responsabilidades militares e políticas.
Abril trouxe outra mudança importante com a substituição do general Gonçalves Dias, então ministro do GSI, por causa de sua presença no Palácio do Planalto durante a invasão de janeiro. Sua demissão e a nomeação do general Amaro como substituto representaram um esforço contínuo para fortalecer a relação com as Forças Armadas. O desfile de 7 de Setembro de 2023 destacou a recuperação dessa relação, marcando uma clara diferença em comparação com as celebrações do ano anterior.
O Ministro da Defesa, José Múcio, também desempenhou papel central no processo de reconciliação. Seu trabalho na promoção de uma emenda constitucional para aumentar o financiamento das Forças Armadas ganhou amplo apoio, unindo partes do governo e da oposição. A saída iminente de Múcio do ministério gera expectativas sobre seu sucessor, com Aldo Rebelo e Geraldo Alckmin entre os nomes considerados.