Leandro Boldini e Graciele Ugulini, pai e a madrasta de Bernardo Uglione Boldrini, foram condenados por tortura, abandono material e submissão a vexame e constrangimento contra o menino, morto em 2014.
De acordo com o Ministério Público (MP), trata-se de um outro processo, que apurou que outros crimes teriam sido cometidos por Leandro e Graciele antes do homicídio.
Boldrini recebeu pena de 5 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão. Já Graciele foi condenada a 2 anos e 6 meses de prisão. Eles também foram condenados a pagamento de multa. Cabe recurso à decisão.
A criança foi exposta "a intenso sofrimento mental", para "desestabilizar-lhe emocionalmente", diz a denúncia. Ainda conforme a promotoria, o menino era impedido de conviver e interagir com a irmã, filha de Leandro e Graciele, recebia ameaças de morte e proibiram de falar sobre a mãe, que havia falecido. Bernardo não recebia alimentação, segundo o MP. "Embora tivessem plenas condições financeiras, os réus deixaram a vítima, por diversas vezes, sem alimento. O menino era privado de almoços, jantares e lanches da escola”.
A magistrada responsável pela decisão mencionou vídeos gravados que revelam, no entendimento a juíza, uma "relação de abusos, sofrimento e crueldades mentais".
"Sempre com a intenção de castigá-lo, com a supressão das referências e bases necessárias a uma vida saudável e ao bom desenvolvimento pessoal e social do ofendido, em sucessivos atos de intimidação e de restrição", diz trecho da decisão.