O homem considerado o principal foragido do Rio Grande do Sul, detido nesta semana no Pará, tinha uma peculiaridade para tentar despistar as autoridades, segundo a Polícia Civil. O criminoso conhecido como Zoreia tem condenações que somam 243 anos de reclusão e chama atenção o fato de que ele ingressou em presídios com pelo menos três nomes diferentes: Alex Marcelo, Sandro Alexandro e Vilmar Silvano, todos com sobrenome De Paula.
O titular da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Gabriel Casanova, diz que o investigado é conhecido por já ter usado dezenas de nomes falsos. Ao ser detido no norte do país, Zoreia portava documentos em nome de Leandro José da Silva. Segundo apuração, ele estaria pensando em fazer uma cirurgia plástica, para dificultar ainda mais sua identificação.
O homem que chegou a ser conhecido como "Rei da Maconha" no noroeste gaúcho teria passado por vários países da América do Sul depois de romper a tornozeleira eletrônica em fevereiro de 2023. Zoreia cumpria pena em prisão domiciliar humanitária, por questões de saúde. O delegado Casanova acredita que ele estava no Pará, onde foi preso, para negociar o contrabando de drogas a partir da Bolívia ou até para obter novos documentos.
Casanova diz que, para evitar que o fracionamento das condenações levasse à impunidade, os delitos atribuídos às três supostas pessoas foram direcionados a um dos nomes e as penas somadas. Com isso, Zoreia acumulou 243 anos de reclusão a cumprir, dos quais 25 já foram cumpridos.
O impasse sempre foi identificar digitais e atribuir somente a ele (Zoreia) todos os crimes. Mas fica uma questão: quem realmente ele é? Digo isso porque ele mesmo nos falou que usou documentos com os nomes falsos, diz o delegado.
A prisão de Zoreia na quarta-feira (26), no Pará, foi registrada com o nome de Sandro Alixandro de Paula, apesar de ele portar documento em nome de Leandro José da Silva.