Alexandre de Moraes é o ministro do Supremo Tribunal Federal alvo de mais pedidos de impeachment nos últimos anos. De 2019 a 2023, foram apresentados 77 requerimentos de abertura de investigação por crime de responsabilidade contra ministros da Corte no Senado. Mais da metade, 40 solicitações, é contra Moraes. As acusações são, principalmente, de condução tendenciosa de inquéritos e de declarações com teor supostamente político-partidário.
Os pedidos têm em comum o fato de terem sido protocolados, em sua maioria, por correligionários e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente, inclusive, é autor de um dos requerimentos de impeachment do magistrado, apresentado em agosto de 2021. Na época, Moraes passou a ser o relator de duas investigações que atingem o ex-chefe do Executivo: o inquérito das "milícias digitais" e o de vazamento de dados sigilosos de investigações da Corte.
Integrantes mais recentes do Supremo, os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados por Bolsonaro, são os únicos sem pedidos de impeachment. Cristiano Zanin não foi contabilizado no levantamento feito pelo Estadão, porque a posse dele será no dia 3 de agosto, quando assumirá a cadeira que está vaga no STF. Nos últimos anos, Moraes passou a ter mais evidência por presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).