A economia brasileira registrou crescimento de 2,9% em 2022, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (2). O valor mostra uma desaceleração em relação ao ano passado, quando o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 5%.
No quarto trimestre, o indicador teve recuo de 0,2% em comparação com o período imediatamente anterior.
A expectativa do mercado era de queda de 0,2% na comparação trimestral e alta de 2,2% no ano, segundo pesquisa da Reuters.
Em valores correntes, o PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, totalizou R$ 9,9 trilhões. Só de outubro a dezembro, o valor somou R$ 2,6 trilhões.
O PIB per capita atingiu R$ 46.155 no ano passado, um avanço, em termos reais, de 2,2% em relação ao ano anterior.
O crescimento do PIB em 2022 foi puxado pelos setores de serviços (4,2%) e indústria (1,6%), destaca o IBGE. Juntos, os dois representam cerca de 90% do indicador. Agropecuária, por outro lado, recuou 1,7% em 2022.
“Desses 2,9% de crescimento em 2022, os Serviços foram responsáveis por 2,4 pontos percentuais. Além de ser o setor de maior peso, foi o que mais cresceu, o que demonstra como foi alta a sua contribuição na economia no ano”, analisa Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
A Formação Bruta de Capital Fixo, que indica investimentos duráveis feitos na economia, registrou alta de 0,9% em 2022, segundo ano consecutivo de crescimento.
Já a Despesa de Consumo das Famílias avançou 4,3% em relação ao ano anterior. A Despesa do Consumo do Governo, por sua vez, cresceu 1,5%.
As Exportações de Bens e Serviços cresceram 5,5%, enquanto as Importações de Bens e Serviços subiram 0,8%.
“É importante dividir a demanda interna do setor externo, pois dos 2,9% do crescimento, 2 p.p. foram da demanda interna, principalmente do consumo das famílias, e 0,9 p.p. da demanda externa, que também subiu, já que as nossas exportações cresceram mais do que as importações”, explica Rebeca Palis em nota.
O quarto trimestre de 2022 registrou a primeira retração do ano, após o PIB ter crescido 0,3% no período julho-setembro, em dado revisado de uma expansão de 0,4% informada antes.
Em relação ao quarto trimestre de 2021, o PIB apresentou alta de 1,9%, abaixo de expectativa de avanço de 2,2% nessa base de comparação.
*Com Reuters / Publicado por Ligia Tuon na CNN Brasil