João Gilberto, Gal Costa e Caetano Veloso foram incluídos na lista dos 200 melhores cantores da história divulgada pela revista americana "Rolling Stone" neste domingo (1º). O ranking, que já teve outras versões, ganhou uma atualização.
João Gilberto (1931-2019) ficou com o 81º lugar e Gal Cosa (1945-2022) apareceu na 90ª posição. Caetano Veloso completa o time de brasileiros citados, em 108º. Embora os três sejam baianos, o pai da bossa nova foi chamado de carioca pela publicação.
A revista define a bossa nova como "um dos movimentos culturais mais poderosos que surgiram na América Latina", tendo João Gilberto como "seu discreto cantor e violonista". O cantor baiano é chamado de "mestre da sutileza cosmopolita". Ele "murmurava e sussurrava com uma desenvoltura que fazia cada música parecer uma reunião casual de amigos". "O álbum de estreia de Gilberto em 1959 deu o tom para a revolução que se seguiu, e o clássico jazzístico de 1964 'Getz/Gilberto' resumiu sua energia com 'Garota de Ipanema', que ele tocou acompanhado do inglês limitado de sua esposa Astrud".
A "Rolling Stone" também diz que Gal Costa tem uma voz com um "poder transformador". "Como uma luminosa rainha Midas, a diva baiana transformava em ouro tudo o que tocava", resume a revista. Eles citam músicas que viraram clássicos na voz da cantora, como "Baby" e "Festa do interior". "Sua leitura de 1979 de 'Estrada do Sol' é tão exuberante e mística que beira o surreal." "Vocalista feminina mais transcendente da era pós-bossa, ela continuou fazendo música até sua morte aos 77 anos", conclui.
Caetano Veloso, por sua vez, é definido como "o equivalente brasileiro de Dylan". Para a revista, o cantor baiano é "um roqueiro revolucionário com uma forte inclinação literária" e um "mestre na arte de se apresentar". "Ele é encantador quando acelera o ritmo e lança gritos e trinados emocionantes - e ele transmite tudo em inglês e em português."